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Descarga de esgotos não tratados no rio Almonda chega à Assembleia da República

Bloco de Esquerda quer saber se Ministério do Ambiente autorizou a operação efectuada por uma empresa que presta serviços à Águas do Ribatejo.

A descarga de esgotos não tratados para o rio Almonda, em Torres Novas, por uma empresa que presta serviços para a Águas do Ribatejo, levou o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda na Assembleia da República a questionar por escrito o Ministério do Ambiente sobre o sucedido. As perguntas foram formuladas pela deputada Helena Pinto, que é também vereadora na Câmara de Torres Novas, e pretendem esclarecer se houve algum contacto por parte da Águas do Ribatejo ou da empresa Natureza Verde com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) sobre essa matéria.Em caso afirmativo, o Bloco pretende saber se a APA autorizou essa descarga poluente e, caso tenha autorizado, porque o fez. “Tem o ministério conhecimento de outras descargas realizadas no rio Almonda? Que diligências foram realizadas no sentido de impedir as descargas?”, questiona ainda Helena Pinto.Tal como O MIRANTE já noticiou, a descarga, ocorrida a 11 de Dezembro, foi filmada através do telemóvel, por um munícipe que colocou o vídeo nas redes sociais na Internet gerando um rol de comentários indignados contra o sucedido. No vídeo original, intitulado “Catástrofe no rio Almonda”, notam-se os resíduos de fossas sépticas a flutuar nas águas do Almonda e a testemunha a ser admoestada pelos funcionários da empresa que não gostaram que a cena tivesse sido filmada. Após a denúncia da situação, fonte da empresa intermunicipal Águas do Ribatejo garantiu ao nosso jornal que a situação estava devidamente autorizada pelas entidades competentes, tais como a Agência Portuguesa do Ambiente, GNR e Câmara Municipal de Torres Novas. Explicou ainda que a situação se deveu ao facto de se estar a fazer operações de limpeza numa estação elevatória de esgotos situada no largo de Santo André, em Torres Novas. O equipamento encontra-se em funcionamento precário devido ao elevado estado de degradação dos seus componentes e inexistência de meios eficazes de retenção de sólidos, que acabam por ficar retidos no poço de bombagem danificando as bombas aí existentes.“Dada a necessidade de realizar limpezas frequentes do interior do poço de bombagem, limpeza essa que obriga à permanência de pessoas no interior do poço, há a necessidade, pelas óbvias razões de segurança, de deixar em by-pass a estação com a consequente drenagem para o meio ambiente”, explicou a empresa intermunicipal que gere os sistemas de abastecimento de água e de saneamento básico em sete concelhos da região. “Consciente do problema, a Águas do Ribatejo vai construir uma nova estação elevatória que substituirá a existente, empreitada já adjudicada no valor de 450 mil euros e que contempla a instalação de meios eficazes de retenção de sólidos no sentido de reduzir o número de limpezas preventivas ao poço de bombagem e modernos equipamentos de monitorização e alarme para optimização da operação da infraestrutura”, disse a empresa ao nosso jornal.

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