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Avó morre depois de saber que não ficava com a custódia da neta

Avó morre depois de saber que não ficava com a custódia da neta

Tragédia volta a assolar família da criança de Marinhais que, em Maio, viu o pai assassinar a mãe com um martelo. A custódia está a ser disputada em tribunal pelos dois lados da família da menor.

A criança de três anos que, em Maio, viu o pai assassinar a mãe com um martelo na casa onde ambos viviam em Marinhais, voltou a sofrer outra morte na família. Desta vez foi a avó materna, Maria Guilhermina Leal, de 71 anos, que morreu no dia em que soube que o Tribunal de Família e Menores de Vila Franca de Xira não lhe ia dar a custódia da criança.O óbito foi declarado na sexta-feira, 20 de Dezembro, depois de Maria ter chegado a casa após mais um dia passado no tribunal a lutar pela custódia da criança. Desde Maio que Maria Guilhermina, viúva, lutava nos tribunais para ficar com a criança, depois da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco de Salvaterra de Magos ter proposto que a menor ficasse à guarda dos avós paternos. Maria entendia que os avós paternos não eram tão chegados à criança como ela e decidiu lutar pela sua custódia. No dia 20 de Dezembro o tribunal decidiu atribuir a tutela provisória da criança aos avós paternos, até que seja proferida decisão final sobre o caso, e limitou Maria a ver a criança apenas aos fins-de-semana e somente no horário diurno. Nessa noite, quando estava deitada, Maria morreu. Um dos elementos da família garante que ela era uma mulher saudável, sem histórico de problemas de coração ou hipertensão. “A coitadinha morreu de desgosto. Já não bastava ter visto o outro homem a matar-lhe a filha, agora o tribunal tirou-lhe a neta e isso deixou-a muito mal. Não aguentou”, lamenta um dos familiares a O MIRANTE. Os familiares maternos da criança prometem lutar na justiça pela custódia da menor e garantem que irão recorrer da decisão.A tragédia desta família começou na manhã do dia 2 de Maio de 2013 quando um casal de Marinhais - Paulo Martins, de 43 anos, e Ana Cristina Leal, de 39 - foram encontrados mortos em casa com a filha de três anos trancada num dos quartos. O casal vivia tempos conflituosos e andava em processo de divórcio. Nessa manhã, Paulo Martins decidiu não ir trabalhar. Segundo relatos de familiares, Paulo entrou na casa onde Ana estava a passar a ferro e deu-se uma discussão entre ambos. Ana viria a ser agredida com um martelo na cabeça e nos braços à vista da filha menor. Depois de tombar no chão numa poça de sangue, o corpo foi arrastado até à casa de banho, onde foi colocado na banheira. Paulo Martins trancou a filha no quarto e fechou todas as portas da habitação. Colocou as chaves de casa no tablier do carro que tinha estacionado à porta e enforcou-se na garagem. Os colegas de trabalho estranharam a ausência de Paulo e alertaram os familiares. Mais tarde a GNR confirmou o cenário macabro quando arrombou a habitação. A menina tinha um hematoma na cabeça e foi nesse próprio dia levada ao hospital. Desde então a custódia da criança tem sido disputada pelos familiares mais próximos do lado paterno e materno.
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