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Colossal Manuel Serra d’Aire

É admirável e enternecedora a solidariedade entre a classe política, a fazer lembrar aqueles pelotões de bravos, nos filmes sobre a guerra do Vietname, que não deixavam nenhum camarada ficar para trás. Também aqui pelo Ribatejo, nesta selva em que se tornou a sociedade moderna assolada pela crise, o espírito de entreajuda é um bálsamo consolador. “Hoje por ti, amanhã por mim”, poderia ser o mote. Basta olhar para os conselhos de administração de empresas ou associações intermunicipais para perceber que a famigerada lei de limitação de mandatos pode ter afastado do poder muitos dinossauros autárquicos, mas não os extinguiu. E a sua capacidade de adaptação ao meio fez com que continuassem a cirandar por aí, ainda que com outras roupagens. Deixaram de ser presidentes passaram a ser secretários, administradores, coordenadores ou outra coisa que o valha. Mas continuam a mandar. E a ganhar bem. Essa é que é essa!Uma das coisas que realmente me intriga é por que raio raramente um político depois de alguns anos como presidente de câmara, por exemplo, raramente volta à sua anterior profissão. Ou porque não arruma as botas, se tiver idade para isso, e se dedica à pesca ou à jardinagem. Parece que atingido determinado patamar é proibido voltar à casa de partida.Claro que há excepções à regra neste panorama, como em tudo na vida, e isso preocupa-me, porque comungo da máxima que ou há moral ou comem todos. Por exemplo, o antigo presidente da Câmara de Torres Novas. António Rodrigues, ainda não arranjou lugar à medida do seu talento e competência. Eu sei que por cá os cargos de Presidente da República e de primeiro-ministro estão ocupados, mas, caramba, alguma coisa se devia arranjar para o homem. Ou preferem vê-lo como historiador dos seus próprios feitos?Inexpugnável Manel os portugueses são muito agarrados às tradições. É por isso que apesar das normas da União Europeia o proibirem, ainda continua a ver-se à venda os apetitosos jaquinzinhos e petingas, por exemplo. É provavelmente também por isso que na Chamusca alguns cidadãos, mais saudosos dos outros tempos, insistem em depositar toda a sorte de resíduos a céu aberto apesar das carradas de aterros e outros equipamentos que por ali existem e que até valem justificadamente ao concelho o título de “capital do lixo”. Para acabar com as lixeiras a céu aberto, imagem de marca de um Portugal de antanho, a Câmara da Chamusca até vedou o acesso automóvel a esses locais, mas acredito que como verdadeiros defensores das nossas tradições mais genuínas, essa malta vai sacrificar-se e se for preciso leva a tralha às costas durante quilómetros só para ter o prazer de a depositar onde bem quer e lhe apetece.Outro seguidor dos costumes de antigamente parece ser o presidente da Câmara de Ourém, o socialista Paulo Fonseca, que decidiu fechar aos jornalistas uma das duas reuniões mensais, deixando-os apenas assistir à obrigatória reunião pública mensal. É a política com paredes de vidro. Ou serão telhados? Depois dos famosos segredos de Fátima temos agora as sigilosas reuniões de Câmara de Ourém. Bate certo, sim senhor!Um abraço público do Serafim das Neves

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