A falta de limpeza das margens da Vala Real, em Salvaterra de Magos, obrigou a adiar para Outubro a prova de canoagem a contar para a Taça de Portugal que se realiza habitualmente na vila durante o Mês da Enguia, que decorre em Março. A situação já se arrasta há algum tempo e tem vindo a piorar. O presidente do Clube Náutico de Salvaterra de Magos (CNSM), Raphael Gaspar, alerta para o problema que impede, por exemplo, os cerca de 25 atletas do clube de descansar ou encostar na margem durante o treino, o que prejudica o rendimento.“Costumamos colocar três concorrentes alinhados na vala mas neste momento já se torna difícil fazê-lo porque as silvas e os salgueiros vão estreitando o espaço que temos para deslizar. Por isso optamos por adiar a prova porque não nos foram dadas garantias que o local estaria limpo atempadamente”, explicou o dirigente. Raphael Gaspar diz que falou com o actual presidente da Câmara de Salvaterra de Magos, Hélder Esménio, e que este se mostrou disponível para encontrar uma solução.O dirigente explica que este problema se arrasta há já algum tempo e que durante o anterior mandato autárquico, liderado por Ana Cristina Ribeiro (BE), nunca foi resolvido, apesar de ter alertado “diversas vezes” a autarquia para a situação. A vala tem cerca de 1300 metros de comprimento e nalguns pontos existem salgueiros a cair, o que estreita ainda mais o canal para os atletas passarem.“Costumo dizer que ser canoísta não é para qualquer um, sobretudo em Salvaterra de Magos. Quem sente na pele a falta de limpeza da vala são os atletas. As condições não são as melhores e mesmo assim estes miúdos vêm treinar todos os dias, com chuva, frio e com a vala sem estar cuidada”, elogia Raphael Gaspar.O professor alerta ainda para o facto de com a chegada da Primavera e o nascer das folhas, a situação piorar. Contactado por O MIRANTE, o presidente da Câmara de Salvaterra de Magos explica que depois de falar com os responsáveis do Clube Náutico e com o presidente da junta de freguesia local foi lançado o repto aos dirigentes do clube para organizarem uma “campanha pública” de limpeza e tratamento das margens.“Pedimos que nos dissessem em que medida podíamos ser úteis. Disponibilizamos equipamentos, ferramentas, transportes, o que for possível e estiver ao nosso alcance”, referiu Hélder Esménio. O autarca disse ainda que estão a aguardar a mobilização de praticantes, dirigentes, associados e populares para uma intervenção à qual o município se vai associar de modo “empenhado”.