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“O optimismo é a alma do meu negócio”

“O optimismo é a alma do meu negócio”

Lisete Viegas, 39 anos, empresária, Torres Novas

Licenciada em Engenharia e Gestão Industrial, ultrapassou a circunstância de ter ficado sem emprego para se lançar como empresária numa actividade que sempre gostou: fazer bolos, com decorações personalizadas, para festas de aniversários, casamentos, baptizados e eventos. Foi assim que a 27 de Janeiro de 2013 abriu a “Cakes GOGO”, em Torres Novas, concelho de onde é natural e reside, tendo já uma segunda loja em Abrantes. Casada e com dois filhos, define-se como uma pessoa optimista, dinâmica, prática e que gosta de fazer acontecer.

Trabalhei como engenheira na Indústria durante 12 anos. Tirei o curso de Engenharia e Gestão Industrial na Universidade de Aveiro. Depois do curso fiz um estágio profissional numa empresa das Terras Pretas (Torres Novas) onde acabei por ficar sete anos. Mais tarde mudei para outra empresa porque achei que oferecia melhores condições. Em Março de 2012 fiquei sem emprego. Como sempre gostei de fazer bolos pensei que era uma boa oportunidade de negócio, tirando partido dos incentivos que dão a quem cria o seu próprio emprego.Sempre fiz os bolos de aniversários dos meus irmãos. Nunca pensei vir a fazer disto um modo de vida. Aprendi a fazer bolos com a minha mãe. Sempre que ela me deixava ou pedia ia para a cozinha com ela. Embora trabalhe mais na área da decoração de bolos, é importante que este seja perfeito por fora e bom por dentro. Sou natural de Torres Novas. Gosto muito da minha cidade. Acho que evoluiu muito nos últimos anos e tem boas acessibilidades. Costumo ir à Feira Medieval de Torres Novas e também já participei na Feira de Frutos Secos com um stand do meu negócio. Fui escuteira dos 6 aos 22 anos e gostei muito. Pertenci ao CNE - Agrupamento 65 de Torres Novas. Passei por todas as etapas do escutismo. Desisti quando era chefe dos Lobitos uma vez que passava mais tempo em Aveiro do que em Torres Novas. Recordo que, certa vez, chegámos ao topo da Serra D’Aire e estava tanto nevoeiro que deixámos de ver um palmo à nossa frente. Quando chegámos a uma zona de antenas, estava lá um senhor num jipe a repará-las e foi ele que nos trouxe para baixo. Estávamos completamente perdidos e ainda não existiam telemóveis.Acho que o nome “Cakes GOGO” em inglês é apelativo. Resume bem o conceito de que a pessoa é que tem que vir à loja buscar o bolo e levá-lo para casa. Abri a loja de Torres Novas a 27 de Janeiro de 2013, seis meses depois de ter amadurecido a ideia. A 26 de Novembro, apostei na abertura de uma segunda loja em Abrantes pois tinha muita procura de pessoas desse concelho. Também dou, com regularidade, workshop’s sobre decoração de bolos e de doçaria conventual. Gosto muito de dar formação. Tirei formações específicas em pastelaria e de decorações de bolos.O bolo mais estranho que decorei foi um com motivos eróticos femininos. Foi encomendado para o aniversário de um senhor. Também faço bolos para despedidas de solteiros. Tenho um mostruário de bolos no facebook. Quando atendo noivos, gosto de conversar com eles e dou-lhes sempre a provar alguns tipos de bolo. Sei que é um dia muito importante para eles. Também faço muitos bolos para festas infantis, com tudo o que a pessoa idealize. Tudo é comestível. Sei que há crianças que choram quando chega o momento de se cortar o bolo. O boneco está tão bonito que depois ficam com pena de o estragar. Também me costumam perguntar se podem comer essa parte do bolo que é composta por pasta de açúcar. A decoração pode demorar dois ou três dias até ficar pronta. Sou muito exigente com o meu trabalho. As pessoas estão à espera que esteja tudo perfeito e não gosto de decepcioná-las. Um cliente satisfeito traz muitos clientes. Gosto de partilhar os meus segredos na cozinha. Há pessoas que me procuram para esclarecer dúvidas e ficam espantadas porque lhes digo tudo. Eu acho que devemos partilhar e ajudar em tudo o que é preciso. Dou sempre o meu cartão para que me possam ligar caso tenham dúvidas. Até agora nunca tive que deitar um bolo para o lixo. Em casa já não faço bolos (risos). Gosto muito do que faço, permite-me ser criativa. Não estou arrependida da opção que tomei, apesar de ter sido um risco abrir um negócio numa altura de crise. O trabalho rouba-me muito tempo à família. Sou casada e tenho dois filhos, de seis e quatro anos. Aos sábados praticamente não os vejo. Tento aproveitar todos os momentos livres para estar com eles. Estou na loja entre as 10 da manhã e às sete e meia da noite mas, muitas vezes, não temos horas de saída. Felizmente, conto com o apoio do meu marido nas tarefas domésticas. Não levo trabalho para casa mas já acordei a meio da noite a pensar em bolos.A minha grande paixão é viajar. O meu sonho é conhecer o mundo. Antes de casar e ter filhos viajava mais mas agora não tenho tanta disponibilidade. Gosto de ler, ver séries na televisão, de passear com os filhos, andar de bicicleta e ir até à nossa costa algarvia. Tento ir ao ginásio, de manhã, antes de vir para a loja para carregar baterias. Defino-me como uma pessoa optimista e sonhadora. Penso que isso me ajudou a ir em frente com as minhas ideias e a enfrentar os desafios. Sou uma pessoa de iniciativa, que gosta de fazer acontecer. As dificuldades fazem com que tenha mais vontade de ir à luta. Fiz parte da Tuna Académica e da Associação de Estudantes da minha Universidade e estava sempre na linha da frente a organizar iniciativas. O meu lema é viver um dia de cada vez. Temos que aproveitar o melhor que a vida nos dá, todos os dias.Elsa Ribeiro Gonçalves
“O optimismo é a alma do meu negócio”

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