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(Sobre)Viver

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Enquanto técnica de saúde mental e prestadora formal de cuidados continuados ao idoso, vejo como principal missão nesta área, o Cuidar. Para isso, quanto maior o conhecimento desta realidade, melhor a nossa capacidade para intervir e estruturar respostas aos problemas inerentes à Terceira Idade. Aqui se inscreve a problemática do envelhecimento. O carácter irreversível do mesmo pode suscitar sentimentos ambivalentes e comprometerem a natural aceitação da mudança e necessária adaptação a esta fase. Este fenómeno é multifactorial, nele se inscreve todo um processo biológico contínuo de declínio das capacidades e funções (motoras e cognitivas), que influenciam e diminuem a resistência e adaptabilidade do organismo a pressões do meio envolvente. Ocorrem alterações bio-psico-sociais que se cruzam com factores hereditários responsáveis pelo envelhecimento normal e/ou envelhecimento patológico. O primeiro diz respeito às modificações ocorridas ao nível do organismo, em consequência do aumento da idade, o segundo, caracterizado pelas afecções crónicas e degenerativas que emolduram e definem a difícil etapa da velhice. Num e noutro processo o envelhecimento traz necessidades específicas: suporte emocional, acompanhamento médico, ajustamento à sua condição física, entre outras. Assumem especial importância, na preservação e manutenção destes aspectos, as respostas sociais desenhadas para o idoso. Inserem-se neste âmbito os lares com valências de internamento permanente ou temporário, vocacionados para responder aos seus clientes com limitações geradas pelo avanço da idade. Estes equipamentos sociais, disponibilizam uma equipa multidisciplinar que procura intervir tendo em conta as necessidades e promover a estabilização/retardamento do processo de envelhecimento. É fulcral envolver todos os meios que possam melhorar o bem-estar do idoso: ao nível da socialização, tendo em conta as suas motivações e dando significado às actividades de vida diária, ao nível neuro-psicológico fazendo estimulação cognitiva e trabalhando a labilidade emotiva, ao nível biológico devido à diminuição da capacidade de resposta à mudança e à doença. Os lares de idosos, que procuram trabalhar estas variáveis de forma continuada e direccionada, promovem serviços que ajudam o seu cliente a fortalecer a sua auto-estima, a reconstruir a sua imagem adaptada à realidade em que se encontra, integram-no num grupo em consequência da assunção de um novo status social, redimensionando objectivos de vida sempre valorizando o que aprendeu, fez, viveu, conquistou ou suportou. A velhice é parte integrante da condição humana, os condicionalismos são muitos, os obstáculos ainda maiores porém, quando apoiados e balizados, permitimos ao idoso uma vida mais estruturada e coerente com o sentimento de pertença a uma sociedade que se quer coesa, observadora e interventiva em Cada Um como Um Todo.*Psicóloga e Directora Técnica do Lar e Repouso do Ribatejo e Lar da Minha Mãe
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