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Capitão de Abril com muito orgulho

Capitão de Abril com muito orgulho

As memórias e as histórias de quem viveu por dentro da Revolução dos Cravos

Joaquim Correia Bernardo foi o homem que planeou ao detalhe a participação da Escola Prática de Cavalaria (EPC) de Santarém na revolução de 25 de Abril de 1974. Essa madrugada, em que viu sair rumo a Lisboa a coluna militar liderada por Salgueiro Maia, foi o culminar de meses de conspiração em que participou activamente. Passados 40 anos sente um grande orgulho em ter ajudado, com muitos outros, a mudar a História do país, apesar do rumo seguido não o satisfazer plenamente.

O que sente nesta altura enquanto actor de um capítulo da história contemporânea de Portugal que ajudou a transformar a nossa vida colectiva?Sinto que perdemos uma oportunidade muito grande como país. Em 1974, os que preparámos o 25 de Abril éramos todos uns sonhadores. Sonhávamos com o fim da guerra, com a liberdade, com a democracia. Alguns sonhos realizaram-se aos poucos. Outros não foi possível concretizá-los e há uma distorção completa daquilo que pensávamos fazer.Falharam os homens? Falhou o regime?Sobretudo os homens. O cidadão comum falhou. Faltam anos e anos de cultura e de educação. Faltam muitos anos de convívio, de amizade, de solidariedade. Há muito egoísmo. Há mais umbigo do que coração. Falham os políticos quando os vemos entrar em negociatas de corrupção... Somos um país derrotado à partida. Somos um país em que antes do 25 de Abril se dizia: “eu não me meto nisso, a minha política é o trabalho”. Deu-se uma oportunidade de os portugueses se pronunciarem e eles continuam a dizer: “isso é com os políticos, que são todos uns corruptos” e não intervêm.Por vezes ouve-se dizer que era preciso um novo 25 de Abril. O que pensa disso?Em sentido figurado estou absolutamente de acordo. Precisávamos de um novo 25 de Abril no aspecto de mobilização das pessoas, mas sem armas. A democracia entrou em Portugal, um bocado estruturada em partidos, mas é a que existe. Acho que os partidos deviam ser como os iogurtes e ter um prazo de validade. Ao fim de tantos anos deviam de se reformular. Faltam também líderes carismáticos?Sim, mas isso é em todo o mundo. Há 10 ou 15 anos tínhamos cabeças pensantes na Europa. Hoje temos contabilistas e pouco mais. Espreme-se aquilo tudo e não sai nada lá de dentro.Sente vaidade por ter participado nessa revolução que ajudou a mudar Portugal?Vaidade não, mas sinto um orgulho pessoal muito grande por ter participado num movimento único na História de Portugal. O nosso país estava muito mal, era muito mal visto exteriormente. Era um país tristonho e os militares eram vistos como maus da fita, pois para o cidadão comum éramos nós que levávamos os filhos deles para a guerra.É um momento único na vida. O senhor, tal como outros militares, estava no sítio certo, no tempo certo.É verdade. A minha geração foi privilegiada para o bem e para o mal. Nasceu no meio de uma guerra mundial e depois apanhámos a guerra em África. Aqueles anos de guerra condicionaram muito a minha geração, mas obrigaram-na a pensar. Foi uma geração obrigada a pensar por si, porque era proibido falar da guerra. No dia 25 de Abril de 1974 o senhor ficou no quartel em Santarém, tal como outros camaradas de armas. Qual foi o seu papel nos acontecimentos?Eu era o planeador, o organizador. Era chefe do gabinete de estudos da EPC e foram centralizados em mim a organização e o planeamento na unidade. Mantive a organização e o planeamento até ao 25 de Abril.Ficou triste por ver a coluna de Salgueiro Maia partir e, entre aspas, ficar em terra?Fiquei, como é evidente. Todos os capitães gostavam de ter participado. É uma coisa que marca uma pessoa, que deixa um certo vazio. Só que havia tarefas divididas. Como se deu a escolha de Salgueiro Maia para comandante da coluna da EPC?Para liderar a coluna tinha de ser o comandante pessoal dos homens. Tinha de ser o comandante directo a falar com os soldados para irem com ele para Lisboa derrubar o Governo. Não podia ser o indivíduo que estava no gabinete de estudos ou que estava na secção de operações e informações. Essa é a razão. Salgueiro Maia era a pessoa natural para o fazer. O que sentiu quando nessa noite retiraram o comando da EPC ao comandante? Pensou que podia estar a estragar ali a sua vida?A partir de determinada altura já não se pensa nisso, só se pensa em andar para a frente. O comandante estranhou ver às onze e meia da noite 20 ou 30 oficiais na EPC todos fardados. Entrámos todos para o gabinete dele, mal cabíamos lá... Ele ficou estupefacto e disse que ia telefonar para o quartel-general. Só tive uma atitude, que foi agarrar-lhe o braço e dizer que ele não telefonava para lado nenhum. Disse-lhe que ou aderia ao movimento ou retirávamos-lhe o comando. E foi assim, tão simples quanto isto. Como foi essa madrugada dentro do quartel em Santarém?O momento mais marcante de todos é o das senhas. Estávamos descrentes depois do fracasso do golpe de 16 de Março. A primeira sensação de vitória foi ouvir na rádio a canção “E depois do adeus”, que era a primeira senha. Dava a sensação que as coisas estavam a correr bem em Lisboa, porque nós não sabíamos o que se estava a passar. Depois foi ouvir a “Grândola Vila Morena”, a segunda senha que diz que a partir daí já não se volta atrás. São dois momentos fundamentais. O terceiro facto marcante é a saída da coluna da EPC para Lisboa, que é o nascimento do bebé. Como viveram esse momento?Há uma altura em que estou na parada, penso que com o tenente Agostinho, e o Salgueiro Maia veio ter comigo porque havia uma falha no comando da coluna. Um dos capitães tinha ido para casa à última da hora e o Salgueiro Maia vinha completamente fora de si. Disse-lhe que tinha um tenente para substituir esse capitão e ficou o caso resolvido. Antes de sair, Salgueiro Maia disse-me que se desse para o torto escaqueirava aquilo tudo lá em Lisboa e vinha por aí fora. E eu disse-lhe aquilo que ele considerou a grande frase que o animou: “Ó Maia está descansado que vou já preparar os carros de combate e a malta vai-te buscar a meio caminho, se for necessário”. Quando é que deixaram de ter dúvidas que a vitória estava garantida?Tenho a sensação que a vitória estava garantida de duas maneiras. Uma em Lisboa e outra em Santarém. Em Lisboa, quando o problema do Terreiro do Paço fica controlado. Em Santarém, porque a cidade esteve sempre connosco, o que não aconteceu nas Caldas no 16 de Março, em que a população entendeu que aquilo era uma coisa de militares. Tínhamos fechado a porta das armas do quartel, mas abrimo-las logo de manhã quando se começou a juntar em frente à EPC uma multidão expressiva. Um aspecto pouco conhecido é o de que Santarém estava destinada a ser um pólo de resistência ao regime caso o golpe falhasse. Sim. O Garcia Correia tinha a responsabilidade de chefiar a defesa da cidade. Já tínhamos escolhido os pontos estratégicos para serem ocupados. Estávamos preparados para resistir e sabíamos que contávamos com a cidade.Um militar de carreira a quem a guerra deixou marcasJoaquim Manuel Correia Bernardo nasceu “por acidente” em Lisboa em 10 de Agosto de 1939, mas considera-se um escalabitano de gema, pois foi em Santarém que fez praticamente toda a sua vida. Só foi nascer à capital porque se tratava de um parto que se antevia difícil. Essa é uma das muitas histórias de que foi feita esta conversa de mais de duas horas com o capitão de Abril que trabalhou no planeamento da missão da Escola Prática de Cavalaria (EPC) de Santarém no golpe de 25 de Abril de 1974. Algumas das reuniões conspirativas decorreram na sua casa em Santarém. Após ter concluído os estudos no Liceu de Santarém, Correia Bernardo segue os estudos superiores na Academia Militar em Lisboa, ficando como segunda escolha o curso de Agronomia caso as coisas não corressem bem. Concluídos os quatro anos de estudos, apresenta-se na EPC de Santarém em Outubro de 1963, para frequentar o tirocínio para oficial do quadro permanente. Já promovido a alferes fica colocado na EPC a dar instrução nos cursos de oficiais e sargentos milicianos, numa altura em que a guerra colonial alastrava.Na sua primeira missão no Ultramar, em 1969, é ferido gravemente em combate, na Guiné, perdendo a perna esquerda após o rebentamento de uma mina. É evacuado para Lisboa e posteriormente para a Alemanha, onde inicia a sua recuperação física. Regressa alguns meses depois à EPC onde se mantém até Setembro de 1983, já com a patente de tenente-coronel.Casado com uma professora aposentada e antiga colega de liceu, pai de dois filhos e avô de três netos, Joaquim Correia Bernardo fala com naturalidade do azar que lhe bateu à porta nessa malfadada madrugada de Julho de 1969 na Guiné. Por alturas do 25 de Abril de 74, o capitão Correia Bernardo, então com 34 anos, é adjunto do director da instrução da EPC e chefe do gabinete de estudos da unidade. O envolvimento decisivo dessa unidade militar na revolução está minuciosamente relatado no livro “Participação da Escola Prática de Cavalaria no 25 de Abril de 1974”, que Correia Bernardo escreveu e publicou em Novembro de 2002.Após a saída da EPC em 1983, Correia Bernardo desempenha funções de chefia no Distrito de Recrutamento e Mobilização (DRM) de Santarém, extinto em 1993. Aceita depois o lugar de subdirector da recém criada Direcção de Recrutamento, onde se mantém até Agosto de 1996, quando deixa o serviço activo na carreira militar, que nunca se arrependeu de ter seguido.Passa então a integrar a mesa administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Santarém, onde durante 15 anos colabora na área das valências de apoio à criança e depois na área mais ligada à cultura.“Santarém não pode perder símbolos”O que sentiu quando a Escola Prática de Cavalaria (EPC) foi transferida de Santarém para Abrantes?Uma grande mágoa, porque foi o meu ninho. Foi ali que vivi profissionalmente. Senti que Santarém perdia um baluarte muito importante. Sou escalabitano e sinto que Santarém não pode perder determinados símbolos. Era importante ter uma unidade desse calibre até por tudo aquilo que traz em vida económica, social, cultural. Não sei se o antigo presidente da Câmara de Santarém, Moita Flores, deu algum passo para evitar isso. Em Portalegre, quando quiseram tirar de lá a unidade militar, a população veio para a rua, com a edilidade à frente.Considera que faltou pressão do poder político nesse processo?Faltou. Se saía a EPC tinha que vir outra coisa qualquer. Santarém não teve habilidade para isso. Santarém não pode perder emblemas. A EPC foi o motor do 25 de Abril.Falou-se na criação da Fundação da Liberdade, do Museu Salgueiro Maia, mas neste momento só restam as paredes do antigo quartel.E as palavras das pessoas. Mais nada! Do meu espólio pessoal do 25 de Abril já não tenho nada. Ofereci-o à EPC, para o seu museu, porque pensei que ficava cá. A EPC foi para Abrantes, agora está em Mafra e o espólio deve estar num caixote qualquer.Estátua de Salgueiro Maia deve estar no coração da cidadeO que pensa da mudança de local da estátua de Salgueiro Maia em Santarém?Colaboro com a comissão para as comemorações populares do 25 de Abril e em tempos apresentei uma proposta, aprovada por unanimidade pelos presentes, defendendo a transferência da estátua de Salgueiro Maia para o coração da cidade. Acho que a estátua está ali mal.Porquê?A cidade é a nossa casa, pelo que a estátua de Salgueiro Maia não deve estar junto à porta de saída, deve ficar no coração da cidade. Salgueiro Maia é um herói popular, tal como foi Sá da Bandeira, que foi colocado no coração da cidade. Esta ternura do aconchego não foi dada a Salgueiro Maia. Quer a gente goste quer não goste do Jardim da Liberdade, a estátua de Salgueiro Maia deve estar ali. Há quem ache que deve ir para a frente da antiga EPC. Penso que é uma redundância pôr o Salgueiro Maia de sentinela em frente à EPC. O edifício tem já uma imponência tal que uma estátua ali ao lado perde importância. Agrada-lhe o destino que tem sido dado ao antigo quartel da EPC?Sendo um recinto fechado justificava-se ali mais um estabelecimento de ensino ou uma coisa do género que, no seu todo, aproveitasse as sinergias que aquilo pode oferecer. Tenho receio que seja distribuído aos bocadinhos, que não haja uma gestão do todo e, por conseguinte, que haja partes que vão caindo na degradação.O que sente quando passa junto aos apartamentos que serviram de residência a oficiais da EPC e que estão ao abandono?Aí não sinto só mágoa. Vi nascer aqueles prédios, que tinham uma qualidade razoável. É uma pena ver aqueles fogos devolutos com tanta falta de habitação que há.“Salgueiro Maia foi rei durante um dia e regressou à sua vida”Depois do 25 de Abril viveu-se um período muito turbulento, em que Portugal esteve à beira da guerra civil. Custou-lhe ver os militares que fizeram a revolução divididos?Nunca pusemos a hipótese de haver uma divisão tão grande. Pensámos que havia união, porque uma das coisas que conseguimos levar até ao 25 de Abril foi o apartidarismo. Havia um adversário comum e o fundamental era isso. Foi uma coisa que nos custou um bocado, criaram-se protagonismos completamente desnecessários. Os partidos e os movimentos políticos aperceberam-se que os militares na altura tinham uma projecção muito grande na sociedade. E aperceberam-se também da ingenuidade dos militares. Portanto foi fácil fazê-los passar para o lado desses movimentos revolucionários sem conteúdo, ocasionais.Também houve quem resistisse ao chamamento da política.Sim. É por isso que considero Salgueiro Maia um herói na verdadeira acepção da palavra. Aquele jovem de 29 anos foi rei durante um dia e regressou à sua vida e aos seus amigos. Nem todos souberam fazer isso.José Niza disse, em 2008, que na véspera das operações militares de 25 de Novembro de 1975, o capitão Salgueiro Maia disponibilizou-se para entregar espingardas G3 na sede do Partido Socialista em Santarém. Soube de situações dessas, de entrega de armas a civis?Não houve armas distribuídas, de maneira nenhuma. Se bem que houvesse armas preparadas para distribuir, caso houvesse uma convulsão nacional e necessidade de as distribuir à população. Talvez tenha sido isso que o José Niza quis dizer.No 25 de Novembro essa convulsão nacional esteve iminente.Senti que podia haver um confronto pesado. Havia três ou quatro unidades que estavam completamente politizadas, como o Ralis e o Regimento de Polícia Militar, e que tinham poder militar forte. Se houvesse uma guerra civil, possivelmente teríamos de encarar a situação de maneira diferente.Quando foi ferido gravemente na Guiné, em 1969, não se sentiu revoltado. Não se interrogou: “porquê a mim”?Entrou mais em pânico o pessoal que ia comigo na operação. E percebe-se porquê: eles perdiam um capitão. Eu era o mais velho, o que tinha mais experiência. Eles ficaram mais em pânico do que eu, o que me ajudou, porque tive de continuar a comandar a companhia apesar de ter perdido uma perna, pois ficámos debaixo de fogo durante muito tempo. Só depois é que comecei a reflectir sobre o que se tinha passado.E o que pensou?Aí pensei mais em mim, tive um desabafo com o alferes que ia comigo (só o contei anos mais tarde à minha mulher): disse-lhe que se aquilo corresse mal que falasse com a minha mulher e lhe dissesse para continuar a gerir o barco lá em casa. Os meus filhos eram pequenitos, mal conhecia a minha filha.Aprendeu facilmente a viver com esse problema?Aprendi. Um indivíduo profissional tem a noção que isto lhe pode suceder. Não me passa pela cabeça que um pára-quedista não pense que pode partir uma perna. É um risco. Mas a vida militar também nos dá uma certa fortaleza de espírito. Encarei isto como um facto consumado e continuei a minha vida.Sair de casa foi o primeiro acto de coragem Todos os anos, por alturas do 25 de Abril, Correia Bernardo é convidado para dar o seu testemunho sobre a revolução que mudou Portugal em sessões realizadas em escolas, associações ou outros locais. As perguntas com que já foi confrontado são muitas, mas a que mais o marcou foi colocada há já alguns anos por uma aluna da Escola Ginestal Machado, de Santarém, e que o deixou “completamente embaraçado”.A pergunta foi: “Como é que o senhor se despediu da sua mulher e dos seus filhos quando foi para o quartel no dia 24 de Abril?”. O militar de Abril foi apanhado de surpresa. “A pergunta fez-me ver que o primeiro passo que dei em termos de coragem moral e física foi sair de casa. Não foi prender o comandante da EPC. Foi olhar para a minha mulher de frente e dizer: Vou-te abandonar! Se isto correr para o torto vais para a rua (ela era professora do liceu)”. A preparação da revolução na EPC começou a ser feita a partir de Novembro de 1973, quando ficou definido que a unidade teria um papel fulcral nos acontecimentos. Correia Bernardo era o homem do planeamento. Salgueiro Maia era o operacional, o homem com a missão de comandar a coluna militar e que tinha o sonho de entrar em Lisboa em cima de um carro de combate.Quando se dá o fracassado golpe de 16 de Março e se decide optar pelas auto-metralhadoras de rodas em detrimento dos carros de combate pesados, uma das coisas que Correia Bernardo disse a Salgueiro Maia para o animar foi: “Quando sairmos daqui embalados, já ninguém pára isto!”. O passo inicial era o passo fundamental. Fosse a sair de casa, fosse a sair do quartel.O oficial de dia que protagonizou o primeiro acto revolucionárioCorreia Bernardo conta que um dos episódios que mais o marcou na Revolução dos Cravos passou-se ainda no dia 24 de Abril. “O primeiro acto revolucionário é do capitão que está de oficial de dia. Combinámos ir à noite para a EPC. O Salgueiro Maia foi preparar as viaturas e eu fui preparar a Escola. Uma das primeiras coisas que fiz foi agarrar a central telefónica. Pusemos lá um aspirante a coordenar. E depois mudámos o oficial de dia. O oficial de dia era um alferes que ia na coluna de Salgueiro Maia e por isso pus lá um capitão, o Aguiar, no lugar dele, pois interessava que lá ficasse uma pessoa com outra experiência”Quando o comandante da unidade chega à EPC, às 23h00, depara-se com um oficial diferente do que se tinha apresentado de manhã. E manda-o tirar o braçal. “Estamos na fase ainda não revolucionária, em que há uma hierarquia marcada. E o capitão Aguiar diz que quem lhe pôs o braçal foi o capitão Bernardo e que só ele o pode tirar. O comandante dá uma ordem e o capitão não a respeita. Este primeiro acto revolucionário desbloqueia todo o processo”, conta.
Capitão de Abril com muito orgulho

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