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Indústria da Vala do Carregado assinou contrato de milhões pouco antes de fazer despedimento colectivo

Indústria da Vala do Carregado assinou contrato de milhões pouco antes de fazer despedimento colectivo

Em Março o grupo Atral Cipan assinou um contrato de negócios de 15 milhões com uma empresa argelina

Numa freguesia muito atingida pelo desemprego, o presidente da junta diz que o impacto do despedimento na comunidade será uma “calamidade”. Sindicato fala em “machadada”.

A empresa Cipan, da Vala do Carregado, no concelho de Vila Franca de Xira, avançou com um despedimento colectivo de seis dezenas de trabalhadores poucas semanas depois do grupo ter assinado um acordo de negócio de 15 milhões de euros com uma empresa argelina.A Atral Cipan, grupo a que pertence a empresa Cipan, rubricou um Março um contrato com a empresa pública argelina Saidal, que prevê a exportação para esse mercado e a transferência de tecnologia na área dos antibióticos que representará 2 a 3 milhões de euros por ano ao longo de cinco anos, segundo um comunicado emitido à data pelo gabinete do vice-primeiro ministro Paulo Portas. O contrato foi rubricado no âmbito de uma missão empresarial à Argélia.No dia 28 de Abril a Cipan procedeu ao despedimento de 60 trabalhadores, tendo reintegrado 14. Mantiveram-se na empresa 69 colaboradores. A O MIRANTE, o grupo justificou a necessidade do despedimento com a conjuntura económica e o acumular de resultados negativos nos últimos cinco anos, fruto da redução da procura do produto vendido pela Cipan, aumento dos custos de produção com matérias primas e energia e a redução do preço médio de venda dos produtos produzidos. A empresa garante que os direitos dos trabalhadores foram “escrupulosamente assegurados”.Segundo o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente, a Cipan acumula perto de sete milhões de euros de passivo mas o despedimento apanhou toda a gente de surpresa.“Numa altura em que o grupo rubrica esses acordos de negócio e depois despede desta maneira, é mais uma machadada que se dá na empregabilidade deste concelho. É um sinal que as coisas estão a descarrilar e vemos mais este despedimento colectivo com grande preocupação”, defende João Silveira, dirigente sindical. O responsável diz que será algo que terá um “impacto brutal” no dia-a-dia do concelho.Para o presidente da União de Freguesias da Castanheira do Ribatejo e Cachoeiras, Luís Almeida, este é um despedimento que não faz sentido. “É uma história mal contada. Assinar um acordo de 15 milhões e depois despedir desta maneira?”, questiona-se. Luís Almeida diz que o despedimento dos 60 trabalhadores é “calamitoso” para a vila e vai deixar a freguesia num estado ainda mais delicado. A Cipan é uma companhia dedicada à pesquisa, desenvolvimento e produção de princípios activos para a indústria farmacêutica, com especial destaque nos anti-infecciosos.
Indústria da Vala do Carregado assinou contrato de milhões pouco antes de fazer despedimento colectivo

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