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Tertúlia recorda em Santarém episódios da vida de Salgueiro Maia

Iniciativa do Círculo Cultural Scalabitano contou com a presença da viúva do capitão de Abril e de alguns amigos e camaradas de armas.

Numa sessão em que estavam na mesa camaradas de armas e a viúva de Salgueiro Maia, acabou por ser o amigo pessoal e compadre do capitão de Abril, Zeferino Silva, a contar algumas das histórias mais curiosas, e menos conhecidas, sobre o ícone da Revolução dos Cravos. Era frequente as famílias de Salgueiro Maia e Zeferino Silva juntarem-se “todos os meses” no casal deste, às portas de Santarém. Quando começavam a almoçar punham a tocar o hino do Movimento das Forças Armadas (MFA). “Salgueiro Maia ouvia aquele hino sempre com grande respeito. Também costumávamos cantar o Grândola, Vila Morena”, recorda Zeferino.E foi precisamente ao som do hino do MFA que se iniciou a tertúlia sobre o 25 de Abril e Salgueiro Maia, organizada pelo Círculo Cultural Scalabitano (CCS), que decorreu na tarde de sábado, 17 de Maio, no Teatro Taborda, em Santarém. O momento foi simbólico com o amigo Zeferino Silva a erguer uma das últimas fotos tiradas a Salgueiro Maia antes da sua morte, em Abril de 1994.Zeferino Silva recordou também quando, após a revolução, Salgueiro Maia esteve nos Açores e desafiaram-no a entrar num café cheio de gente, numa altura em que o país viva tempos de grande agitação. “Enquanto esteve dentro do café nunca mostrou medo, apesar do espaço estar à pinha e de aqueles serem tempos conturbados. No final, confessou-me que levava escondido nas pernas um facalhão e nas costas uma arma. Estava sempre prevenido”, recorda o amigo do capitão que saiu com a coluna militar de Santarém para ajudar a derrubar a ditadura em Lisboa.O coronel Garcia Correia contou como foi organizado todo o plano dos militares que levou à revolução. Já o coronel Correia Bernardo falou sobre a PIDE (polícia política do antigo regime) e de como esta actuava. A tertúlia foi intercalada com declamação de poemas sobre o 25 de Abril e um momento musical. A sessão foi uma das várias que o CCS realiza ao longo do ano. Eliseu Raimundo, presidente do CCS, referiu, no início do debate, que a cultura vive momentos muito difíceis. “Se não for com a ajuda de todos o futuro do projecto cultural do CCS está em causa”, admitiu.

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