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Mafalda Carvalho

Mafalda Carvalho

Empresária, 32 anos, Vila Franca de Xira
Custa-lhe levantar de manhã para trabalhar?Não. Prefiro trabalhar nessa altura do que mais ao final do dia, ao contrário da maioria das pessoas. Quase que nasci no país errado (risos). Se desse de caras com Passos Coelho no restaurante o que lhe diria?Que não está a fazer um bom trabalho nem um trabalho social, ele que é de um partido que se diz social. O trabalho social desenvolvido no nosso país, em termos de sector público, é zero. Lido com empresários e vejo projectos de cariz social que são impulsionados exclusivamente por privados. Vejo coisas giras a acontecer que iriam ter impactos sociais enormes e um Estado com uma estrutura tão pesada que deixa escapar essas oportunidades. Dizia-lhe também para começar a medir os nossos níveis de produtividade.Dá dinheiro aos arrumadores?Não! Isso é fomentar a pobreza. É como aquele ditado que não se deve dar o peixe mas sim ensinar a pescar. Quando se dá esmola ao arrumador a acção não tem nada de pedagógica. Mas em termos empresariais tento sempre ajudar no que posso e apoiamos duas instituições, uma ligada às crianças e outra aos idosos. Praia ou campo?Praia. Sou muito de sol e mar. O som do mar é algo que me acalma imenso. Uma das minhas fugas do stress do dia-a-dia é correr e caminhar junto ao mar. Na praia o que mais me irrita é o tom de voz com que algumas pessoas falam em público. Quando as famílias decidem discutir os seus assuntos da esfera privada na praia, em três tons acima do que o deviam fazer, é algo que mexe comigo. Já fiquei a conhecer algumas histórias interessantes (risos).Se fosse à China tinha medo da poluição?Não e até tenho muita vontade de conhecer a China. Tive um convite de um parceiro nosso e penso aceitar.Alverca é uma cidade que a satisfaz?Neste momento, em termos de freguesia, poderia estar a ser feito muito mais e muito melhor do que aquilo que é feito. Mas acaba por ser uma terra de que gosto. Sou de Vila Franca de Xira e gosto muito porque se vive uma grande entreajuda e um bairrismo que só se encontra no centro de Lisboa, em zonas como a Bica. É isso que faz falta aqui em Alverca. E não temos uma associação empresarial que funcione efectivamente. Ainda há dinheiro para comer fora?Vai havendo, se calhar não tanto como se desejaria. Eu costumo ir comer fora e ainda confio no que como. Sou muito selectiva a escolher o restaurante, mas quando entro no estabelecimento confio. Vale a pena ir votar?Vale sempre. Sei que é um direito mas para sociedades como a nossa devia ser uma obrigação ir votar. Sobretudo quando vemos taxas de abstenção gigantes e depois assistimos a concentrações imensas de gente nos jogos do Benfica. A incompetência e a inércia das pessoas tiram-me do sério. Sobretudo as que ficam sentadas na cadeira a dizer que as coisas estão muito complicadas mas não estão dispostas a fazer o mínimo para mudar a posição em que estão. Isso tira-me do sério. Somos um país de gente muito parada. Sente-se segura quando anda na rua?Sinto, nunca tive qualquer problema. Estou neste momento a pensar ir para Lisboa por motivos profissionais. Infelizmente estamos a tornar-nos num concelho dormitório e muito por culpa da falta de dinâmicas. Há em Portugal a ideia que o governo central tem de fazer tudo. Acredito que o caminho certo é o inverso. São pequenas acções que culturalmente vão mudando as pessoas e daí, consequentemente e socialmente a freguesia, o concelho, a região e o país vão mudar.Precisávamos de uma biblioteca nova em Vila Franca de Xira?Não. Tenho algumas dúvidas. Estudei em Vila Franca de Xira e frequentei a biblioteca que hoje lá existe. Tenho dúvidas que a existente tenha uma lotação tal que precisemos de uma maior. Não sei se foi uma obra de vaidade mas é mais uma obra mal programada.
Mafalda Carvalho

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