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Petisqueiro Serafim das Neves

Escrevo-te este e-mail a partir de uma esplanada ao pé da praia. Pela quantidade de gente nas mesas e pela multidão no areal vejo que a Troika não fez os estragos que andavam para aí a anunciar. Estamos a caminho da recuperação económica. Apesar de estar numa zona balnear há muitos cafés e restantes fechados com cartazes à porta a anunciar férias para descanso do pessoal. Os que estão abertos também aproveitam para avisar que vão fechar em Agosto. Eu gosto deste regresso à tranquilidade habitual. Os sindicalistas também devem parar as manifestações durante o Verão porque não há quem aguente andar a gritar contra o Governo com temperaturas elevadas. Há uma semana quando saí de Santarém o ambiente também era de pré-férias. Verifiquei que algumas empresas até fecharam de uma vez para sempre para não expor os funcionários ao trauma do regresso ao trabalho.As escolas e câmaras municipais estão a pagar à moda antiga, sem cortes. O Governo foi forçado a abandonar aquela ideia amalucada de despedir funcionários públicos. A seguir ao fenómeno eleitoral Marinho e Pinto podemos vir a ter o fenómeno do TC se o TC (Tribunal Constitucional) concorrer. Os votos dos funcionários públicos e pensionistas já estão no papo. Não me admirava nada que alguns partidos mais à esquerda, os chamados derruba governos, optassem por recomendar ao seu eleitorado o voto no TC. Afinal, foi o TC que travou a política reaccionária do Governo. Eu por mim só não assinei a ficha de inscrição porque estou à espera de uma decisão que proteja os trabalhadores do privado dos desmandos dos patrões capitalistas e dos aumentos de impostos do Governo. Fiquei triste quando soube que a presidente da Câmara de Tomar acabou com o dia de férias mensal que tinha dado aos funcionários e que era gozado na primeira segunda-feira de cada mês. Diz a dona Anabela Freitas que já não é preciso compensar os trabalhadores porque o Tribunal Constitucional acabou com os cortes salariais que o Governo andava a faber. Tem a sua lógica mas acho que ela não teve em conta o que os funcionários sofreram antes da decisão libertadora. O dia de folga deveria ter sido mantido por mais um meses...para fazer o desmame...digo eu. Afinal um dia de férias por mês deve ser viciante. Eu, por exemplo, viciava-me em três meses. Tenho a certeza.Conheço pessoal do nosso querido Ribatejo que anda num vai e vem constante e não é entre Almeirim e o Cartaxo ou entre Abrantes e Tomar. São três meses em Angola e três meses cá na santa terrinha. Tem a ver com os vistos. O Governo angolano é cá dos meus. Não dá vistos de trabalho a ninguém. Assim se vê quem se preocupa verdadeiramente com os trabalhadores. Quem quiser ir a Angola vai por três meses. Vai tipo turista ou formador que é quase a mesma coisa. Depois regressa à base para repousar. O governo português faz quase a mesma coisa mas com mais estilo. Dá vistos Gold para quem tem muita massa e dá vistos de trabalho a ucranianas porque os dos vistos Gold precisam de pessoal especializado para lhes limpar as casas e passar as camisas e as nossas licenciadas, mestradas e doutoradas não fazem trabalhos desses. Não te admires por este e-mail ir mais curto. Finalmente chegou a imperial que eu tinha pedido há uma hora e meia. Vou aproveitar para a beber já porque com o tempo que a empregada passou a fumar um cigarro e a conversar com uns rapazes bronzeados que estão ali mais à frente, deve estar quase a ficar choca. Pelo menos espuma já não tem.Saudações marisqueirasManuel Serra d’Aire

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