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Procura contínua pela melhoria é a chave para o sucesso profissional

Procura contínua pela melhoria é a chave para o sucesso profissional

António Azevedo Júnior, 60 anos, trabalha no serviço de informação aeronáutica

Para este profissional, que reside na Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira, a formação ao longo da vida é indispensável para se obter bons resultados no trabalho.

Rectidão, pontualidade, confiança, responsabilidade e o desejo constante de progredir na profissão são a chave para o sucesso no trabalho, na opinião de António Azevedo Júnior, que além de advogado trabalha também no serviço de informação aeronáutica da NAV - Empresa Pública de Navegação Aérea de Portugal.Para este profissional, que reside na Póvoa de Santa Iria, a formação ao longo da vida é indispensável para se obter bons resultados no emprego. António tem 60 anos, é natural de Resende, distrito de Viseu, e chegou ao concelho ribatejano depois de ter sido colocado na base área da Ota (Alenquer) ao serviço da Força Aérea Portuguesa (FAP) no final dos anos 70.O seu percurso de vida começou aos 19 anos quando ingressou na FAP e se inscreveu na especialidade de meteorologia. Tinha a paixão pela electrónica mas já havia bastantes engenheiros electrónicos, pelo que acabou por ficar na área da meteorologia, que aprendeu a gostar. “Na altura, a aprendizagem da meteorologia na FAP era bastante incipiente. De qualquer modo aprendi princípios básicos e deu para perceber que era uma área muito interessante”, recorda a O MIRANTE.Depois de regressar do Ultramar, onde esteve um ano em Angola, foi exercer a especialidade para a base aérea de São Jacinto, em Aveiro. Depois da base ser desactivada foi transferido para a Ota, em 1978. Começou a concorrer para outros empregos no sector civil e foi nessa altura que apareceu um concurso para a ANA (ex-Aeroportos e Navegação Aérea). Candidatou-se para um serviço que desconhecia, chamado Serviço de Informação Aeronáutica. Foi aceite e entrou ao serviço em Setembro de 1980, cargo que executa até hoje.O seu trabalho consiste na recolha, tratamento e difusão de toda a informação relevante para a segurança dos voos. “O meu trabalho consiste em organizar toda a informação essencial para que se possa voar. Quando um piloto descola é preciso saber as características do aeroporto de destino, as dimensões, o revestimento do piso, os taxiways (caminhos que ligam às pistas), procedimentos implementados, serviços que existem no aeroporto entre outras informações”, explica. O trabalho de António Azevedo é tão crucial como qualquer outro envolvendo a navegação aérea. Qualquer erro, por mínimo que seja, pode ter consequências desastrosas e por isso é controlado por rigorosas normas internacionais de aviação.“Se o piloto for para o Brasil levar passageiros para ver o Mundial de Futebol vai ter de aterrar num determinado aeroporto, como é que ele sabe se o avião cabe no aeroporto? Terá de ir ao serviço de informação”, nota. Todos os dias há trabalho novo a fazer porque os dados estão sempre a ser alterados. Obras e reparações, por exemplo, obrigam a constantes mudanças nas informações. “Imagine se há um exercício de pára-quedismo, os pilotos dos aviões têm de saber isso antecipadamente. É feita uma reserva do espaço aéreo em termos verticais e laterais e nós publicamos essa informação como um aviso à navegação”, explica.Dentro do seu trabalho a formação é a sua grande paixão, apesar de se ter aventurado no ramo do Direito quando tinha pouco mais de 30 anos. Chegou a fazer o estágio onde defendeu casos que diz terem sido “interessantes”, como uma situação em que o Ministério Público reclamava uma herança “muito boa” de um particular. O caso foi até ao Supremo e António venceu. “Como tinha as duas paixões, a formação na informação aérea e a advocacia, que são incompatíveis em tempo, acabei por ficar na aviação”, confessa.Hoje em dia considera-se auto-didacta em Direito aeronáutico e já tem trabalhos publicados em vários meios, um deles na revista da Ordem dos Advogados sobre regulamentação da aviação civil.Diz que antigamente havia mais facilidade em arranjar empregos do que hoje em dia e acusa o grande capital de ser o causador da actual crise económica. “Os jovens não conseguem encontrar emprego porque há um esquema montado para que a mão-de-obra baixe drasticamente e as pessoas sintam na pele que têm de ser respeitadoras e têm de saber quem manda. Têm de ter uma obediência cega e agradecer a esmolinha que lhes dão no fim do mês e tratar isso como salário, que não é. E isso é um caminho perigoso”, lamenta.
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