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Competir nos Jogos Olímpicos é a ambição de Rafael Domingos

Competir nos Jogos Olímpicos é a ambição de Rafael Domingos

Com 18 anos e muita garra, o jovem triatleta de Constância tem dado provas do seu talento e da sua capacidade para enfrentar obstáculos. O campeão nacional júnior de triatlo acredita que um dos segredos para o sucesso está no apoio da família e acha que com motivação e empenho tudo se consegue.

Participar nos Jogos Olímpicos é o grande sonho de Rafael Domingos, um jovem de 18 anos natural de Santa Margarida da Coutada, Constância, que neste momento reside e estuda em Lisboa. O jovem praticante de triatlo é um dos melhores portugueses da actualidade no seu escalão e tem conseguido uma evolução extraordinária depois de ter sofrido uma lesão que o deixou sem poder competir durante seis meses.“É preciso ter os pés bem assentes na terra e ter noção que ainda há muito trabalho para fazer. Tenho de me afirmar na modalidade em Portugal e estar regularmente nas selecções nacionais. É um meio onde existe bastante competitividade. Espero daqui a oito anos vir a conseguir uma eventual vaga nos Jogos Olímpicos”, afirma.Depois de seis meses lesionado, o benfiquista conquistou dois dos principais títulos individuais de juniores e recupera de forma extraordinária para a segunda parte da temporada. Após ter conseguido o título de Campeão Nacional Júnior de Triatlo, o jovem voltou a demonstrar o seu enorme valor ao vencer o Campeonato Nacional de Triatlo Cross que decorreu dia 20 de Julho na Aldeia do Mato, concelho de Abrantes.A prática do triatlo começou no Tramagal através do desporto escolar e foi o ponto de viragem na sua vida. “Eu praticava natação nas escolas de Constância desde os 10 anos, andava de bicicleta frequentemente e gostava de correr por isso decidi entrar. Estive lá durante um ano até que o meu professor me convidou a entrar para o Clube de Natação do Tejo, na Barquinha, no qual estive dois anos.”Foi no CN Tejo que melhorou as suas capacidades físicas e começou a ter resultados positivos que depressa abriram outras portas, como as do Centro de Alto Rendimento em Montemor-o-Velho e de um novo clube na Golegã. “Quando abriram as candidaturas para o Centro de Alto Rendimento decidi candidatar-me e consegui entrar. Nessa altura voltei a mudar de clube para o Núcleo Sportinguista da Golegã, no qual estive dois anos, sempre a evoluir. Em 2013 surgiu a oportunidade de ingressar no Sport Lisboa e Benfica e foi aí que mudei para o Centro de Alto Rendimento do Jamor”.Sair de casa aos 15 anos não foi fácilApesar de ter sido sempre apoiado, para os pais foi um choque ver o filho sair de casa aos 15 anos. “Foi uma faculdade antecipada, mas quando se gosta de uma coisa supera-se tudo”. Aos fins-de-semana regressa a casa mas confessa que é difícil conciliar treinos, amigos, família e tempo para descansar. “É um bocado difícil, venho cansado e quero recuperar o tempo que não estive com a família. Os amigos às vezes ficam um bocadinho de parte, mas eles compreendem. Não tenho namorada, mas penso que, quando tiver, se houver compreensão de ambas as partes há sempre tempo para tudo”.Rafael garante que apesar das dificuldades e das mudanças de escola sempre conseguiu conciliar o desporto e os estudos. “Nunca reprovei nenhum ano e tenho tido sempre notas razoáveis. Gosto de história e geografia, que têm mais cultura geral”, afirma.A lesão no início da pré-época, em Novembro de 2013, condicionou a temporada até Maio e deixou o atleta fora das selecções nacionais. “Foi um período muito difícil. É nessas alturas que é necessário ter mais força mental. Tive uma pubalgia e tive de recuperar o equilíbrio muscular. Costumamos dizer que a pré-época é um período negro. É a altura de ganhar base de treinos, é a fase em que tudo é mais intensivo para a preparação das provas. Eu só tive dois meses de treino mas tinha uma motivação extra pelo simples facto de já poder treinar. Consegui ganhar a adversários directos que vão estar presentes no campeonato do mundo”, conta. Suporte familiar é o segredo para o sucessoO segredo para o sucesso não é treinar muito mas treinar com eficácia e qualidade. E os treinos devem ser aliados a um bom descanso e a uma boa alimentação. Mas, para este atleta, a chave principal passa por ter um bom suporte familiar e um bom círculo de amigos que ajudam a equilibrar a parte psicológica. “O meu treinador costuma dizer que 99 por cento do sucesso desportivo passa pela nossa mente e apenas um por cento pelo treino. A nível alimentar, tentamos evitar aqueles exageros que às vezes existem. Comemos mais carnes e muitas verduras e evitamos as massas. Quando saímos da rotina alimentar temos tendência a estragar as semanas em que andámos a comer certinho”.
Competir nos Jogos Olímpicos é a ambição de Rafael Domingos

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