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Câmara de Tomar paga anualmente quase um milhão em água que não consome

Autarquia não consegue rever protocolos que estipulam consumos mínimos com a Águas do Centro e pondera recorrer ao tribunal para conseguir rescindir contrato.

Foi o último assunto da ordem do dia na reunião do executivo da Câmara de Tomar, realizada a 4 de Agosto, mas o que gerou maior preocupação entre os eleitos: a autarquia paga quase um milhão de euros por ano por água que não é consumida. O motivo deve-se aos contratos estabelecidos, no passado, pela autarquia com a EPAL e a Águas do Centro no que concerne aos consumos mínimos de água. Um contrato que nada abona para o erário público uma vez que a água consumida no concelho não chega, sequer, a dois terços daquilo que está contratado. “O que está em causa são os contratos ruinosos para o município que foram negociados no passado baseados em perspectivas de crescimento completamente irrealistas”, referiu a presidente da câmara. Anabela Freitas acrescentou que já renegociou a questão dos consumos mínimos com a EPAL e que, neste momento, está nas mãos da administração da EPAL a formalização de um acordo que permite baixar esses consumos mínimos. Com a Águas do Centro não houve entendimento. “Os serviços do município estão a apurar o conjunto de investimentos celebrados entre aquela empresa e o município de Tomar que nunca foram concretizados, num claro incumprimento do que está estabelecido. Apuradas todas essas situações vamos tomar medidas pela via judicial”, disse Anabela Freitas.O vereador Pedro Marques, dos “Independentes por Tomar” considera que o assunto deve vir para a praça pública de uma vez por todas, relembrando que este foi um dos motivos porque sugeriu que se fizesse, em 2009, uma auditoria aos serviços da câmara, proposta que foi chumbada em executivo. “Deve ser explicado à população como é que é possível que, entre Janeiro e Junho, tenhamos um volume de água contratado de dois milhões duzentos e noventa mil metros cúbicos quando nós consumimos pouco mais de um milhão e meio? São mais de setecentos mil metros cúbicos que as empresas podem cobrar sem que alguém os tenha consumido”, disse. O vereador da CDU, Bruno Graça, usou e abusou da ironia para retratar o que se passa. “O assunto deve ser analisado rapidamente, do ponto de vista jurídico, porque o município de Tomar entrega à EPAL e à Águas do Centro um milhão de euros ao ano sem que eles vendam algum produto, vendem ar”, retorquiu.

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