A história da contaminação dos solos pelos resíduos industriais da indústria de curtumes é antiga, denota desleixo e irresponsabilidade de muita gente ao longo dos anos e deveria ser melhor averiguada para que um dia fosse mesmo combatida. Quem é que não se lembra das serras ali à volta, há anos terem sido conspurcadas com toneladas de raspas azuis? Para onde é que foram os resíduos dessas raspas, incluindo o crómio que não é degradável? Para os aquíferos subterrâneos e consequentemente a poluírem as águas do maior aquífero da Península. Por essas e por muitas outras é que a água do Alviela, logo à nascente, é o que é. Mas nessa altura, até toneladas de outras matérias, provenientes das limpezas dos resíduos petrolíferos de Cabo Ruivo, onde depois foi feita a Expo 98, vieram parar à serra. Resultado? Imagina-se.Mas o caso relatado também já é antigo. Já foi denunciado às entidades competentes e tudo continua na mesma. É certo que agora há muita gente que tem esperança que o problema fique resolvido com as obras que o protocolo de Abril prevê. Só que o tempo não pára e em 31/12/2015 tem que estar tudo feito e tudo pago, caso contrário o dinheiro gasto até essa altura tem que ser devolvido à União Europeia. Será que vai haver tempo para tamanha tarefa? Vamos aguardar sem desesperarmos antecipadamente mas também sem deitarmos foguetes antes do tempo. Pode ser que desta vez tudo se resolva para o bem de todos. Assim se deseja.Carlos Manuel Rodrigues Pinheiro