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Dois jovens unidos pela família e pelo futebol

Dois jovens unidos pela família e pelo futebol

Bernardo Jorge e Frederico Jesus jogam juntos desde os cinco anos

Não é uma situação muito normal. Bernardo Jorge e Frederico Jesus (Fred) começaram a jogar futebol aos cinco anos na Académica de Santarém. Mudaram duas vezes de clube e agora na subida a sénior não se separaram. São ambos jogadores do Atlético Riachense.

Bernardo e Fred nasceram em Santarém no mesmo ano, a poucos metros um do outro e vivem muito perto do Campo da Escola Superior Agrária. Bernardo Jorge foi o primeiro a experimentar ir para a Académica de Santarém dar uns toques na bola. “Gostei, fiquei mesmo deslumbrado e depressa trouxe o Fred comigo”, disse Bernardo.Os pais dos dois jovens também jogaram futebol em clubes da região. O pai de Fred jogou na União de Santarém, nos tempos áureos da equipa escalabitana. O pai de Bernardo andou pelo Moçarriense e Abitureiras. Ambos apoiaram a ida dos seus rebentos para o futebol. “Tivemos sempre o acompanhamento e o apoio dos nossos pais”, dizem os dois jovens a uma só voz.Iniciou-se aí um apego e uma amizade que rapidamente alastrou para fora do futebol. “Quase que não fazemos nada um sem o outro”, dizem os dois jovens que desde logo começaram a dar nas vistas nas escolinhas da Académica de Santarém. Na Académica de Santarém fizeram toda a carreira de formação. Foram campeões distritais em quase todas as categorias, escolinhas, escolas, infantis, juvenis e juniores. “Não fomos campeões em iniciados porque nos dois anos dessa categoria a equipa andou no Campeonato Nacional, por isso não jogava no distrital”, reclamou Fred.Quando na categoria de juvenis os dois jovens davam nas vistas eram o motor da equipa e fizeram grande parte da época a jogar pelos juvenis e pelos juniores. “Acabamos por ser campeões nas duas categorias. Foram anos muito bons”, garantem.Jogavam os dois na frente de ataque e a amizade dos jovens foi-se solidificando. “Fora do campo e dos treinos chegamos a traçar planos para os jogos. Quando temos a bola em nosso poder já sabemos o que é que o outro vai fazer”, disse Bernardo.Foi essa mesma amizade que, quando da subida a júnior os levou a aceitar o convite do União de Leiria, onde fizeram com êxito os dois anos na categoria, chegando até à fase final do Campeonato Nacional de Juniores da Primeira Divisão. “Saímos da Académica para irmos para um patamar acima. Foram dois anos muito bons”, garantem.Entretanto Fred recuou um pouco no terreno e passou a jogar na posição de médio centro. Bernardo continuou na frente, mas a dupla não se desmanchou nem desmotivou, pelo contrário. “Parece que as nossas combinações se tornaram ainda melhores”, dizem.Para além do futebol há muita coisa que os une. A família e os amigos são os mesmos. “Não somos extravagantes e não falamos só de futebol. Também gostamos de nos divertir com os amigos e amigas. Não somos diferentes dos outros jovens”, garantem.Quando terminou a época de juniores estiveram prestes a separar-se. Bernardo ainda chegou a assinar pelo Empregados no Comércio “com uma cláusula de que se surgisse um clube do Nacional eu iria para lá. Apareceu o Riachense e ainda houve alguns problemas, que felizmente se resolveram”. Fred esteve para ir para o Alcanenense, mas quando apareceu o Riachense e a possibilidade de jogar junto do seu amigo não hesitou e ambos assinaram pela equipa de Riachos.Bernardo e Fred garantem que nem um nem outro fizeram pressão para irem os dois para o Riachense. “Apenas temos o objectivo de fazer carreira no futebol. Estamos a trabalhar forte para ganhar lugar na equipa e aí dar nas vistas para conseguir ir mais longe. Estamos no Nacional de Seniores e aí existe mais visibilidade do que nos distritais”.Os dois jovens, unidos por uma amizade para a vida, garantem que todos os treinadores quer na Académica de Santarém, quer no União de Leiria, deixaram algo de bom nas suas vidas. “Ensinaram-nos a ser homens e por isso estamos-lhes agradecidos. Como estamos também agora a gostar de trabalhar com o mister Paulo Costa no Riachense”, dizem os dois jovens. A história destes dois jovens é paradigmática e demonstra bem que afinal no futebol também se fazem amizades para a vida. “Temos uma amizade muito forte. Quando algum está lesionado ou a passar por uma fase menos boa somos os primeiros a dar a mão um ao outro. Não deixamos de forma nenhuma que o outro se vá abaixo. Temos uma amizade para a vida”, dizem sem hesitar.
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