Bastou um ano de dedicação ao tiro ao alvo com espingarda de pressão de ar para Manuel Silva se sagrar campeão nacional individual na modalidade de “field target classe springer” e campeão nacional por equipas, pela Casa do Benfica de Santarém, na mesma disciplina. A consagração foi no dia 14 de Setembro, na prova final disputada perto da Figueira da Foz para onde partiu em terceiro lugar na tabela.É no campo de tiro improvisado junto à sua habitação, no lugar de Rodeados, perto da aldeia de Vaqueiros, no concelho de Santarém, que treinam Manuel e o seu filho Bruno, igualmente atirador da Casa do Benfica de Santarém. Juntam-se ali aos domingos mais alguns atiradores da região para aperfeiçoar a pontaria e preparar as próximas competições. Nas provas, os alvos situam-se entre os 9 e os 50 metros.Manuel, 56 anos, serralheiro civil de profissão, foi levado para a modalidade pelo filho Bruno, 27 anos, engenheiro electrotécnico, que este ano foi vice-campeão na sua classe. “Sempre tive um certo jeito para atirar e adoro este desporto”, diz o novo campeão nacional. Começou por atirar aos pássaros, quando era mais novo, mas hoje já não lhe dá para isso, embora continue a ir à caça aos coelhos. Diz que a caça e o tiro ao alvo são coisas completamente diferentes. “A única coisa igual é mesmo só o gatilho”, garante.Foi o filho Bruno quem começou primeiro a praticar tiro ao alvo federado, no final de 2011. Manuel seguiu-lhe os passos dois anos depois. E passou de espectador a praticante entusiasta de uma modalidade onde a qualidade da arma e, sobretudo da mira, ajudam a fazer a diferença. Para se começar, é preciso gastar cerca de 600 euros, mas quem tiver aspirações a mais altos voos tem de abrir os cordões à bolsa. É um desporto caro, admitem. Mas quem compra bem só gasta dinheiro uma vez. “Depois disso é só comprar os chumbos”, diz Bruno.