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Impertinente Serafim das Neves

O presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, está disposto a ir bloquear a circulação de comboios na linha do Norte, como forma de pressionar o Governo a fazer obras de consolidação das barreiras da cidade. Eu aplaudo a iniciativa. Presidentes de câmara decididos e corajosos sempre me fascinaram. Só não percebo porque é que ele, antes de ir pegar comboios de caras na estação da Ribeira de Santarém, tem que se demitir do PSD. Não faça isso presidente! Não faça isso, que assim é que não consegue nada. Veja lá há quanto tempo anda o pessoal da oposição a pôr-se à frente de tudo e mais alguma coisa, sem resultado. Se for para lá com o cartão do partido na mão é bem melhor. Ou acha que o ministro da Administração Interna vai mandar a polícia de choque bater num militante do seu próprio partido?No Entroncamento um grupo de amigos da velha guarda decidiu ir à procura de um fontanário que desapareceu do largo da câmara há trinta e tal anos. Exigem que o mesmo seja reconstruído e exigem muito bem. Para quem ache que o assunto não é importante eu lembro que a câmara tem andado a cortar a água a dezenas e dezenas de pessoas que não têm dinheiro para pagar as contas. Ao menos com um fontanário essa gente passa a ter uma alternativa para se abastecer, sem ter que arrombar as bocas de incêndio. E as senhoras em vez de andarem na zumba passam a ir à fonte. É bem melhor para desenvolver os músculos, digo-te já. A minha avó passou parte da vida a carregar cântaros de água para casa e eu bem sei como ficava a minha cara quando ela me dava umas basquilhas por eu andar a fazer asneiras.A semana passada fiquei a saber que os enfermeiros grevistas recebem à mesma o dia de greve, desde que estejam a assegurar os serviços mínimos. E não recebem pelo salário mínimo. Recebem o que receberiam se estivessem a assegurar os serviços máximos, digamos assim. Espero que aquela boa prática laboral, como se diz agora, seja seguida em todas as greves da função pública, quaisquer que sejam as categorias profissionais dos intervenientes. Fazer greve dá trabalho, já se sabe. É bem justo que esse trabalho seja pago e que seja pago pelo Estado esbanjador. Se há dinheiro para os deputados que passam o dia na Assembleia a mandar piadas uns aos outros e actualizar as páginas do facebook, também tem que haver para quem faz greve. O que me admira é não haver mais greves.Por falar em greves acho que há uma enorme falha na divulgação das percentagens de aderentes. Não sei de quem é a culpa mas fico com a sensação que anda alguém interessado em esconder alguma coisa. Voltando às greves dos enfermeiros, por exemplo. As percentagens de adesão nos hospitais públicos e centros de saúde, são notícia. Sobre a adesão nos hospitais e clínicas privadas nem uma palavra. Acho que esta atitude discriminatória devia ser analisada pelo Tribunal Constitucional ou, no mínimo, pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social. A informação é como o Sol, quando nasce é para todos. E já agora, espero que os patrões capitalistas também paguem os dias de greve aos grevistas. Era o que faltava baldarem-se a esse dever cívico!!!O presidente da Câmara da Chamusca, Paulo Queimado (PS) e o ex-candidato ao lugar, também pelo PS, Joaquim Garrido travam uma guerra no Facebook por causa de um daqueles assuntos da treta que levam os políticos a andar às turras. Mas se os assuntos não são relevantes o mesmo não se pode dizer de algumas tiradas. Garrido escreveu sobre um depósito de água: “Não pode valer tudo! Tirem daqui este mamarracho”. Queimado respondeu: “Agora sei que as palmadinhas nas costas servem para sentir o sítio mais macio para espetar a faca quando eu menos esperar”. Quem diz que a política local não é divertida é porque anda distraído.Um braço sem palmadinhas nas costasManuel Serra d’ Aire

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