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Satisfação e orgulho por representar Portugal

Satisfação e orgulho por representar Portugal

Ginastas ribatejanos são exemplo do bom trabalho que é feito no Ateneu Artístico Cartaxense

João Fernandes, Isabel Barba e José Nunes praticam Tumbling e vão representar a selecção nacional no Campeonato do Mundo da modalidade que vai decorrer nos Estados Unidos da América. Jovens treinam afincadamente mas não descuram os estudos.

João Fernandes, Isabel Barba e José Nunes são três ginastas do Ateneu Artístico Cartaxense que vão representar Portugal no 23º Campeonato do Mundo por Grupos de Idade (denominação para o Campeonato do Mundo nos diversos escalões etários) que se realizará na cidade de Daytona, nos Estados Unidos da América, no início do mês de Novembro.Os três jovens têm treinado com afinco sob as ordens da professora Ana Guimarães, para chegarem em grande forma aos Estados Unidos. “Estamos unidos num esforço suplementar para conseguirmos representar condignamente o Tumbling português”, disse a professora.Para João Fernandes, Isabel Barba e José Nunes esta oportunidade de representarem Portugal ao mais alto nível é um prémio para a sua dedicação à modalidade, ao clube. O MIRANTE esteve à conversa com os três jovens que não escondem a sua satisfação por irem representar o país nesta prova.João Fernandes tem 12 anos, é natural e vive em Pontével. Estuda na Escola Secundária do Cartaxo e pratica ginástica no Ateneu Cartaxense desde os sete anos. “Adoro a ginástica e o Tumbling. Foram os meus pais que me inscreveram aqui no Ateneu e posso dizer que estou com a minha família”, disse.Durante a semana João Fernandes gasta as horas do dia entre a escola e a ginástica. “Levanto-me cedo, vou para a escola, ao fim do dia vou treinar e depois chego a casa, estudo e faço os trabalhos. Tenho tudo bem organizado e ao fim-de-semana ainda dá para ir fazer um pouco de surf, a outra modalidade da minha paixão. É claro que para fazer tudo isto conto com o amor dos meus pais, que me dão todo o seu apoio”.José Nunes tem também 12 anos e vive no Cartaxo, onde estuda na Escola Secundária e é aluno de boas notas. Foi para a ginástica do Ateneu por influência do pai e da tia que já tinham praticado a modalidade no clube. “Comecei a praticar a modalidade de Tumbling aos sete anos e rapidamente fiquei preso. Quero ir o mais longe possível na ginástica acrobática. E o ter conseguido pontos para poder ir ao mundial é motivo de grande satisfação e responsabilidade”, declara.“Não escondo que existe alguma pressão, mas isso não me tira o sono porque o meu objectivo é aprender com os melhores, chegar aos Estados Unidos e conseguir fazer duas séries de saltos ao meu melhor nível. Se o conseguir sei que vou ter uma boa classificação e representar com orgulho o Ateneu Cartaxense e Portugal”, afirma com orgulho José Nunes.Uma veterana com 14 anosIsabel Barba é, apesar dos seus 14 anos, quase uma veterana da ginástica acrobática e dos Campeonatos do Mundo por grupos de idade. “Este é o terceiro campeonato em que vou estar presente”. A nível de deslocações e escola, Isabel é também a mais sacrificada dos três. Vive em Aveiras de Baixo, Estuda na Escola Secundária de Azambuja e vai treinar todos os dias para o Cartaxo. “Não me sinto cansada por isso. Consigo tempo para tudo e tenho tido um excelente aproveitamento nos estudos. Faço parte de uma família com grande ligação à ginástica. A minha mãe foi ginasta no Ateneu e agora estou cá eu. A minha irmã mais velha e a mais nova. A ginástica faz parte da minha família”, explica.Isabel não esconde que o facto de viver e estudar no concelho de Azambuja obriga a um esforço maior, mas também considera que isso a ajuda a ser mais disciplinada nas coisas da vida. “Não é para mim um grande sacrifício fazer uma coisa que gosto de fazer. O Tumbling é qualquer coisa de fantástico. E depois a professora e os dirigentes do Ateneu demonstram um grande carinho por todos nós”, diz.Quanto ao Campeonato do Mundo, Isabel vai já na sua terceira participação o que lhe dá o estatuto de capitã de equipa. “Não sinto qualquer pressão. Sei bem o que vou encontrar. Nas minhas anteriores participações estive dentro do esperado. Agora quero ir mais além e transmito essa ambição aos meus amigos João e José. Depois de estarmos nos Estados Unidos vamos concentrar-nos na prova sem pressões. Apenas vamos tentar fazer o nosso melhor e o que vier a seguir é ganho”, disse com um largo sorriso no rosto.Esforço e dedicação para tentar chegar à glóriaAna Guimarães é de uma dedicação constante à ginástica do Ateneu Cartaxense. No dia em que estivemos na sede do clube do Cartaxo, dava aulas a mais de duas centenas de ginastas de diferentes idades. “Este é o meu mundo e o mundo do Ateneu Cartaxense. Treinam diariamente mais de duas centenas de pessoas das mais variadas idades porque sabem que o clube lhes dá condições para desenvolver todas as suas capacidades”, garantiu.A nível competitivo, o Tumbling é a classe de ginástica acrobática em que o Ateneu Cartaxense é muito forte a nível nacional. Ana Guimarães diz que isso se fica a dever ao facto da modalidade ter mais de três décadas de implantação no clube. “Ao longo de todos estes anos temos tido grandes ginastas com excelentes resultados a nível nacional e internacional. Contamos ainda com uma grande dedicação de atletas que depois de acabarem as suas carreiras acabam por trazer os seus filhos para a modalidade. Temos casos em que já se vai na terceira geração de famílias no Tumbling do Cartaxo”, revelou a professora.“Só se consegue atingir o nível elevado que atingimos com a grande dedicação e sacrifício dos ginastas e dos pais. Não é fácil sair da escola vir treinar quatro dias da semana e ter que abdicar de algum tempo de estudo. Felizmente os jovens têm conseguido ultrapassar essas dificuldades e conseguem ser excelentes alunos”, diz com alegria Ana Guimarães.É por tudo isto que Ana Guimarães e o dirigente Luís Major dizem que o esforço destes jovens, dos pais e do clube mereciam mais alguma atenção da Federação de Ginástica. “A federação não contribui com coisa nenhuma, limita-se a comunicar que os jovens conseguiram pontuação para representar Portugal nos Campeonatos do Mundo. Tudo depois corre por conta dos clubes e dos pais. Temos que pagar inscrições, viagens e estadia. Até os equipamentos da Selecção Nacional têm que ser pagos à Federação”, conta Luís Major.Para fazer face às despesas têm vindo a organizar pequenas festas e contam com o patrocínio de algumas empresas. “O Ateneu Cartaxense reconhece a dedicação dos jovens e dos pais, por isso quer encontrar formas de patrocinar as despesas de forma a que os pais dos jovens ginastas sejam obrigados a gastar o menos possível dos seus bolso. Gostaríamos até que não gastassem nada”, justifica Luís Major.Em relação às expectativas dos três jovens não há muitas novidades. “Sabemos que vão estar em prova os melhores atletas do mundo nas suas idades, temos por isso consciência de que não terão uma tarefa fácil. Vamos com a ideia clara de fazer o melhor possível, cada um vai querer fazer as suas duas séries com vontade e sem pressão, no fim o que vier é ganho”, garantiu Ana Guimarães.
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