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Nas noites de sexta produz-se música de improviso na Fábrica das Palavras

Nas noites de sexta produz-se música de improviso na Fábrica das Palavras

Instrumentistas e cantores juntam-se semanalmente em palco em Vila Franca de Xira para criar música e animar o novo espaço cultural da cidade. Vai ser assim até meados de Dezembro e o público aplaude.

Gosta de música, de jazz e blues em particular? Toca algum instrumento, ou sabe cantar? E de improvisar, gosta? Se respondeu que sim a alguma destas perguntas então não pode perder a recente iniciativa da Fábrica das Palavras que promove “jam sessions” nas noites de sexta-feira nas instalações da Fábrica das Palavras, o novo equipamento cultural de Vila Franca de Xira que pretende ser, mais que uma biblioteca, um ponto de encontro para todos os amantes das mais variadas manifestações culturais. Um objectivo que está perto de ser atingido, a julgar pelo público presente sexta-feira naquela que foi a segunda edição da ‘Jam às sextas’ e que juntou no palco (também improvisado no piso do bar) mais de uma dezena de músicos em actuações conjuntas com a banda residente, desta vez composta por Rogério Nunes no piano, Isaac Achega na bateria, Ruben Santos no baixo e Paulo Brissos na guitarra, voz e coordenação de todo este projecto, a convite da Câmara de Vila Franca de Xira.“Respondi a um convite que me foi feito para ser como que o anfitrião destas jam sessions que pretendem atrair os músicos do concelho de forma a dinamizar aquele espaço e divulgar simultaneamente todo o talento que existe por aqui e que agora tem um palco digno onde se pode apresentar”, conta-nos Paulo Brissos, músico vilafranquense que convidou para o acompanharem nesta aventura oito músicos que rodarão alternadamente em cada sessão e funcionarão como base das incontáveis formações possíveis, consoante os músicos que aparecerem.“Esperamos poder contar com a adesão dos músicos locais, sobretudo daqueles que gostem de jazz e blues. É importante dinamizar aquele espaço como ponto de encontro cultural para as novas gerações, sobretudo, e estimular o improviso e a participação que são a essência de uma jam session”, diz à nossa reportagem, adiantando que as duas primeiras sessões correram ‘muito bem’, a julgar pelo público presente que deixou a sala bem composta. Na noite da passada sexta-feira, 24 de Outubro, podiam ver-se entre a assistência pessoas de diversas faixas etárias e todos razoavelmente entusiasmados com as participações que iam passando pelo palco. “Já é a segunda vez que vimos cá, eu e o meu marido, adoramos este ambiente e achamos que este é o tipo de iniciativa que fazia falta em Vila Franca”, diz-nos Mariana, uma vilafranquense que gosta de cantar o fado mas que veio “só para ouvir”, garante, com alguma timidez. Ao seu lado no semi-círculo de cadeiras montado para fazer de plateia, um grupo de quatro jovens assiste pela primeira vez a esta iniciativa e, a julgar pelos aplausos que dispensa à versão dos Doors que termina no palco, estão a gostar: “Viemos hoje pela primeira vez porque um amigo nosso vai participar, é guitarrista”, diz-nos João, 22 anos e residente em VFX, prometendo voltar na próxima semana. No palco Paulo Brissos vai descontraindo a assistência e recordando temas “do tio Rui Veloso”, enquanto vai convidando vários músicos a participar, dando oportunidade à participação de um saxofonista, um baterista, um guitarrista e outro e outro, uma cantora, enfim, várias combinações com uma característica comum: talento. “Há toda uma geração de músicos vilafranquenses na casa dos 40 que estão a tocar em toda a parte menos aqui na terra e esperemos que agora este espaço venha mudar essa situação e os chame a participar nestas sessões”, afirma Rogério Nunes, o pianista residente da noite, também ele um músico local: “Vila Franca em termos culturais tem tido a tauromaquia e pouco mais até aqui, mas acho que a tendência está a mudar e estas noites são a prova viva disso mesmo. Têm aparecido várias pessoas para tocarem connosco que eu até conhecia mas não sabia que eram músicos”, garante, com visível entusiasmo.Atrair públicos à Fábrica das PalavrasFernando Paulo Ferreira, vice-presidente da autarquia, foi um dos principais impulsionadores desta iniciativa e não podia estar mais satisfeito com os primeiros resultados, como confidenciou a O MIRANTE: “Esta iniciativa faz parte daquilo que julgamos ser um dos trunfos desta Fábrica das Palavras: uma programação ousada que estamos convictos vai fazer toda a diferença em termos de atrair os nossos jovens, os músicos do concelho e a população em geral para este novo equipamento cultural de VFX”, assegura, referindo que esta iniciativa se irá prolongar até 19 de Dezembro com excepção da noite de Halloween que merecerá programação especial. Recorde-se então que as ‘Jam às sextas’ decorrem todas as sextas-feiras, como o nome indica, no primeiro piso da Fábrica das Palavras, a partir das 21h30h e até às 23h30 ou mesmo um pouco mais tarde como foi o caso da passada edição que terminou já muito perto da meia-noite, deixando o público presente não a chorar por mais mas quase.
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