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Insubordinável Serafim das Neves

Fiquei contente por saber que a Refer vai retirar aquelas travessas de madeira todas podres onde assentam os carris na estação do Entroncamento. Aquilo era um perigo para os sindicalistas e trabalhadores que por ali costumam andar, nos dias em que decidem protestar interrompendo a circulação de comboios. Eu nem sei como é que com tanta gente a passar em cima daqueles destroços ninguém meteu um pé mal e se aleijou. Foi um milagre. De certeza que foi um milagre!Na Golegã a associação que organizava a Feira do Cavalo foi-se abaixo das canetas devido ao peso dos calotes. Foi a associação mas não foi a feira porque a câmara tomou as rédeas do assunto. É uma boa maneira de ficarmos a saber se a autarquia consegue domar aquele animal selvagem que engolia dinheiro como se fosse erva tenra... sem levar uma parelha de coices.As sessões de magia negra à porta de cemitérios continuam a ser notícia e é justo que assim seja. Fazem parte do nosso folclore aldeão e devem ser preservadas e até protegidas. Provavelmente irá surgir uma candidatura daquela actividade cultural a Património da Humanidade e eu estou de acordo. A única coisa que me admira é ainda não haver um aplicativo Android para facilitar o trabalho dos bruxos e bruxas e para dar aos interessados a localização exacta das sessões. Ainda um dia destes dei voltas e voltas até descobrir em que cemitério estava a decorrer a iniciativa “asadecorvo2014-cucumba. pt” e quando lá cheguei já não havia velas aromáticas nem absinto...nem sequer os famosos bolinhos de leite de virgem. Os boatos sobre raptos de crianças continuam. Já era assim no século passado e vai ser assim no próximo século. As histórias de putos que vão à discoteca e aparecem três dias depois num local distante sem um rim é um clássico. E há o do rapaz que morreu num acidente que aparece a pedir boleia anos depois, no mesmo sítio, mas numa noite de tempestade. Já para não falar da cobra que o cliente encontra nas bananas do supermercado acabadas de chegar de África. A mim aconteceu-me ver a cabecinha de um vírus ébola a espreitar atrás de uma pêra abacate mas não dei parte de fraco e segui em frente para a zona da laranja do Algarve. Sempre ouvi dizer que esta coisa dos vírus é meramente psicológica mas, pelo sim, pelo não, deixo aqui o aviso. Não faças compras nos supermercados que tenham à venda pêra abacate. Olha que estou a falar a sério. Depois não digas que não te avisei...As câmaras municipais decidiram imitar o governo e estão a fazer cortes nas despesas. Os orçamentos para o ano que vem baixam todos. E baixam muito. Os partidos da oposição que passaram anos a exigir orçamentos realistas deviam estar satisfeitos porque, pela primeira vez, as suas recomendações estão a ser seguidas. Em vez disso voltaram a votar contra. Agora queixam-se de “Orçamentos de Miséria”. Eu já tinha desistido de perceber a política e os políticos. Agora voltei a desistir. Para mim a política é uma disciplina tão traumatizante como a matemática. Vou chumbar até ao fim da vida.Por falar em poupanças e despesismos e política, termino com uma referência à pergunta que o deputado Duarte Marques do PSD entendeu fazer ao ministro da saúde e que na minha opinião está mal formulada. Ele perguntou a Paulo Macedo se a Maternidade de Abrantes ia fechar. Em vez disso devia ter perguntado porque é que ele insiste em manter a maternidade aberta se já se concluiu há muito tempo que por estes lados são cada vez menos as mulheres que engravidam. Isso é que era uma pergunta como deve ser. Eu não acredito que o ministro não tenha um plano secreto para pôr a maternidade a servir para alguma coisa. Nem que seja para a realização de workshops de brincar às casinhas.Saudações fecundasManuel Serra d’Aire

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