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Trocou o quartel pela oficina

Trocou o quartel pela oficina

Sérgio Amado ainda pensou em seguir a carreira militar mas trabalha há 13 anos no ramo da mecânica

Empresário, que instala sistemas de GPL em automóveis, diz que o futuro passa pelos automóveis movidos a gás e a electricidade.

Sérgio Amado, 33 anos, abriu a sua empresa, a Gasamado, há cerca de dois anos mas já trabalha no ramo da oficina automóvel e GPL (Gás de Petróleo Liquefeito) há 13 anos. Antes de enveredar pelo mundo da mecânica recorda que o seu primeiro trabalho foi a apanhar tomate durante as férias de Verão. Tinha 16 anos na altura e o objectivo era ganhar uns trocos para ser mais independente. Confessa que nunca gostou muito de estudar. Depois de completar o 9º ano decidiu começar o trabalhar. O pai tinha uma oficina e o irmão também trabalhava no ramo do GPL por isso foi com naturalidade que começou a trabalhar com o irmão, Júlio Amado.No entanto, a tropa quase lhe mudou as prioridades de vida. Esteve dois anos na Infantaria em Mafra, tendo trabalhado nas oficinas. Durante esse tempo surgiu a oportunidade de embarcar numa missão para o Kosovo. Só não foi porque nessa altura o irmão precisava de um funcionário e pediu-lhe para Sérgio ir trabalhar consigo. “Tive que fazer uma opção e escolhi ajudar o meu irmão. Foi um alívio para a minha mãe que andava angustiada porque estava a ver que eu estava a seguir as mesmas pisadas do meu pai, que combateu em Moçambique, na guerra do Ultramar. Saiu-lhe a sorte grande”, afirma bem disposto.Saiu da empresa do irmão depois de este ter morrido, há cerca de quatro anos. Decidiu aproveitar o seu know-how na área do GPL, que aprendeu com o irmão, e trabalhar por conta própria. Até hoje não se arrepende da decisão que tomou. Considera que existem cada vez mais pessoas a optar por colocar os seus automóveis a GPL mas nem sempre foi assim. Há quem ainda tenha medo. O técnico de GPL refere que há pessoas que têm medo que, por ser um gás, exista um grande risco de explosão. “As pessoas esquecem-se que, por exemplo, ter botijas de gás em casa é mais perigoso que um depósito de GPL porque não têm válvulas de segurança como existe com o GPL. O GPL é seguro e muito mais ecológico”, afirma.Sérgio Amado desfaz o mito. “A má reputação do GPL e o receio das pessoas deve-se ao mau profissionalismo de alguns instaladores do depósito de GPL. A instalação não pode ser feita de qualquer maneira. Há quem adapte o carro ao GPL quando o que deve ser feito é adaptar o GPL ao carro para não haver problemas”, explica a O MIRANTE. Na sua empresa, situada na Zona Industrial de Santarém, além da instalação de GPL também existe serviço de oficina. Além disso, também estão a começar a instalar o sistema GPL em camiões. Um serviço novo que começa a ser cada vez mais procurado pelas empresas. Os camiões funcionam 70 por cento com combustível e 30 por cento a GPL.O empresário diz que as pessoas estão cada vez mais despertas para os problemas ambientais e optam por sistemas mais ecológicos. No entanto, defende que ainda existem muitas barreiras a ultrapassar. “O GPL e os carros eléctricos são o futuro mas a rápida implementação depende do nosso Governo. O Governo não pode pôr um carro eléctrico acessível à bolsa dos portugueses porque senão o dinheiro que ganham com o petróleo, gasolina e gasóleo vai à vida. As pessoas deixam de consumir petróleo e isso não lhes interessa porque dá-lhes muito dinheiro a ganhar”, sublinha.O dia de Sérgio Amado começa cedo. Às oito da manhã já está na oficina. Trata da burocracia e ajuda os seus dois funcionários na oficina. Confessa que está a pensar em contratar mais funcionários devido ao aumento do volume de negócio. “Já não consigo chegar a todo o lado e quero dar a atenção necessária que todos os clientes exigem e merecem”, admite. Aconselha os portugueses a aderirem ao GPL porque é um investimento que acaba por compensar. “Num ano pagam o investimento que fazem na instalação do GPL. Podem poupar metade do dinheiro que gastam em combustível. É um investimento rentável”, realça.Nos tempos livres gosta de fazer caça submarina, andar de BTT e de carro. As suas férias são sempre planeadas para destinos onde possa fazer caça-submarina. A costa alentejana é normalmente a zona eleita para descansar.
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