O escritor Mário Cláudio, vencedor do Prémio Pessoa em 2004, foi à nova biblioteca municipal de Vila Franca de Xira para apresentar um livro de sua autoria mas nada fazia prever o que estava para acontecer. Minutos antes da sessão começar, as luzes apagaram-se e o alarme disparou, deixando apenas as luzes de emergência ligadas. Um imbróglio que, ao contrário do que se previa, demorou longos minutos a resolver, com técnicos a correr pelas escadas do edifício para cima e para baixo à procura da origem do problema. Até telefonemas para outros técnicos tiveram de ser feitos para que o problema se solucionasse. Mário Cláudio, incrédulo, optou por se sentar na sala de entrada, a ver o aparato dos técnicos com perspicazes olhos de criador literário. A escuridão e os alarmes prolongaram-se durante uns longos quinze minutos. Tempo mais do que suficiente para começar a desenhar mentalmente uma história de suspense passada numa biblioteca. Até porque era a noite das bruxas.