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Artes Marciais despertaram-lhe a paixão pela Medicina Tradicional Chinesa

Artes Marciais despertaram-lhe a paixão pela Medicina Tradicional Chinesa

Antes de enveredar por essa área trabalhou na agricultura, nas obras e em fábricas

João Alexandre Mourato é terapeuta na aldeia da Chainça, em Abrantes, onde aplica nos seus pacientes várias técnicas alternativas para curar o corpo e a mente. “Se não acreditamos naquilo que fazemos não vale a pena” diz o especialista.

“Para mim não há tempos livres, há tempos para ocupar”. A boa energia de João Mourato, formado em Medicina Tradicional Chinesa, é uma constante ao longo de toda a conversa que estabelece com O MIRANTE, revelando que está disposto a aproveitar todas as oportunidades para estudar mais sobre a sua grande paixão: a Medicina Tradicional Chinesa. “Podia viver mais duas vidas para adquirir os conhecimentos todos, porque a grande maioria dos problemas que surgem no nosso corpo têm a ver com a nossa mente, com o psicossomático”, afirma, no consultório que abriu há quatro anos na Rua da Gonçalinha, na Chainça, em Abrantes.Natural de Escusa, uma aldeia de Ponte de Sor, João Mourato, 39 anos, não teve uma infância fácil. Era o mais novo de quatro irmãos, o único rapaz. Estudou até ao 5.º ano, altura em que a mãe lhe disse que se tinha que fazer à vida. A partir dos 11 anos, encontrou uma vida de árduo trabalho, na agricultura, em obras ou fábricas. A separação dos pais ditou que fosse viver para Lisboa com o pai, aos 14 anos. Foi na capital, que através de amigos do pai, teve o primeiro contacto com o universo das Artes Marciais. Foi desse modo que se apercebeu das potencialidades da energia que emana de cada indivíduo e dos ensinamentos que podia vir a retirar da Medicina Tradicional Chinesa para trabalhar com essa mesma energia, em benefício dos próprios.Com poucos estudos, João Mourato sabia que não era fácil seguir esse caminho e tinha presente que teria que terminar o 12.º ano para conseguir ser terapeuta nesta área. O terapeuta, que já fez regressão, através de hipnose, conta que tem a convicção que já fez isto em vidas passadas. Por isso sente que se diverte o dia todo, não existindo a carga negativa de quem pensa que tem que acordar mais um dia para ir trabalhar. “A minha principal motivação era concluir os meus estudos, ao nível do 12.º ano, para poder entrar na Escola de Medicina Oriental e Terapêuticas, onde ainda hoje me encontro a tirar o mestrado”, conta. Todos os métodos que aplica nos utentes já foram experimentados por si, dado que sempre rejeitou os medicamentos. “Se não acreditamos naquilo que fazemos não vale a pena”, atesta.O seu primeiro contacto com a área da saúde foi aos 17 anos quando regressou a Valhascos, terra natural da mãe, e se ofereceu para os Bombeiros do Sardoal, corporação à qual ainda pertence com muito orgulho. Ainda jovem, e a trabalhar durante o dia, conseguiu concluir o 7.º, 8.º e 9.º ano à noite mas só depois dos 30 terminou o ensino secundário. Nos Bombeiros do Sardoal já “dava um jeito” quando algum colega se magoava, por exemplo, num braço ou nas costas. “Sempre separei as águas: o meu trabalho é a minha actividade e só utilizo estes métodos nos bombeiros em último recurso dado que, dentro dos bombeiros, é a medicina convencional que prevalece”, ressalva.O primeiro curso que fez foi de “Shiatsu”, método terapêutico originado no Japão, em Santarém, formação que terminou em 2009. “Percebi que aquela não era a escola mais adequada para mim porque a nível da Medicina Tradicional Chinesa deixou-me muito aquém das expectativas e fui, com mais dois ou três colegas, para a Escola de Medicina Oriental e Terapêuticas, em Lisboa”.Antes de se colectar nas Finanças e abrir o consultório em nome individual, onde no átrio se contam 16 certificados e diplomas das mais variadas especialidades, João Mourato começou por atender, há cinco anos, no sótão de sua casa, amigos e amigos dos amigos, sem cobrar nada por isso.“Quando comecei a ter muita gente a procurar-me e já tinha o diploma na mão, decidi que tinha chegado a oportunidade porque tanto lutei e comecei a dedicar-me exclusivamente a isto”, recorda. As experiências profissionais anteriores serviram para algo. Por exemplo, a marquesa, onde aplica os diversos tratamentos, foi idealizada, concebida e executada por si.O mais gratificante para o terapeuta é ver as pessoas a saírem bem, física e emocionalmente, do seu consultório. “Gosto muito que as pessoas estejam bem-dispostas à minha volta. No outro dia atendi aqui um senhor de Mação que tinha o pé deslocado e vinha apoiado em muletas. Quando saiu, tive que lhe perguntar se não se tinha esquecido de nada, acenando para ele com as muletas na minha mão”, conta a sorrir, sempre num clima de boa energia.
Artes Marciais despertaram-lhe a paixão pela Medicina Tradicional Chinesa

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