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Ricardo Hipólito

Ricardo Hipólito

Funcionário da Administração Pública, 57 anos, Alpiarça

“Para os actuais governantes a solução é que os jovens portugueses emigrem. Para mim, claro que não. Que futuro para um país, escorraçando os jovens? Tantos custos e tanto conhecimento desperdiçados e outros, sem custos, a aproveitarem as competências. E em termos demográficos, o que é que nos espera?”* * *“Oferecia aos nossos governantes um bilhete de ida para um destino paradisíaco (para eles), porque não somos merecedores deles. O problema é os que cá ficavam, com os mesmos ‘gostos’ e que gostariam de lhes ocupar os lugares. Uma verdadeira gaita!”

Já começou a fazer compras de Natal?Ainda não fiz nenhuma compra e pretendo comprar quase nada. A época natalícia é um verdadeiro hino ao consumismo, ainda para mais nos tempos que o país, e o mundo, atravessam. Também não consigo compreender que quem vive, ou pretende viver, o espírito do Natal, embarque numa coisa daquelas. Por isso, não gosto desse período de muito fingimento.O que oferecia aos membros do Governo como prenda de Natal?Um bilhete de ida para um destino paradisíaco (para eles), porque não somos merecedores deles. O problema é os que cá ficavam, com os mesmos ‘gostos’ e que gostariam de lhes ocupar os lugares. Uma verdadeira gaita!É presidente da Assembleia de Freguesia de Alpiarça. O que mudava no seu concelho?Tanta coisa que eu faria, como treinador de bancada, porque o pior é quando entramos mesmo em campo. Mas começaria pelo ambiente e por uma ponta: incentivar boas práticas dos munícipes e empresas. Tudo faria (mais a minha equipa) para que Alpiarça fosse um exemplo nessa área. Se calhar teria que começar por apagar com uma borracha certos locais, particularmente a montante de Alpiarça, mais que conhecidas fontes poluidoras da nossa vala que, pelos vistos, o Estado de Direito não consegue resolver. Entretanto, haveria uns ‘bocas santas’ a reclamar por aquilo que não estava a ser feito e a clamarem contra o marasmo e a sesta. (risos)É espectador de reality-shows? Qual é a sua opinião sobre este tipo de programas?Não. Não consigo ter pior opinião, tendo em conta o que se lê em capas de revistas expostas nas bancas. Meu riquinho tempo!Que livro tem em cima da mesa-de-cabeceira neste momento?Neste momento, para desenvolver uns trabalhos, entre outros, estão a “Praça de jornas”, de Soeiro Pereira Gomes e “Nazaré - Memórias de uma praia de banhos”. E porque gosto muito de ler, estão pacientemente desesperando a Lídia Jorge (O dia dos prodígios) e Ondjaki (Sonhos azuis pelas esquinas).O que faz nos tempos livres?Falar com pessoas. Recolher testemunhos, porque se não nos pomos a pau aspectos importantes da nossa identidade vão perder-se para sempre. E depois, escrevo, mas como não consigo dar vazão entre a recolha e a escrita, isto está a ficar empastelado.A solução dos jovens portugueses é emigrar?Para os actuais governantes é. Para mim, claro que não. Que futuro para um país, escorraçando os jovens? Tantos custos e tanto conhecimento desperdiçados e outros, sem custos, a aproveitarem as competências. E em termos demográficos, o que é que nos espera?De que objecto não se consegue separar?A máquina fotográfica e, agora mais, um gravador. Porque são instrumentos cruciais para a minha ‘pancada’ de recolher, recolher, recolher.Os portugueses confiam nos seus governantes?Eu, em muitos, não. Porque governam em prol do que não é o interesse de Portugal e da generalidade dos portugueses.É adepto das redes sociais?Apenas facebook, em dose moderada. Acho muita piada àqueles que ficam horas e horas a conviver facebookianamente e depois não têm tempo para o convívio real, a três dimensões.Qual é a sua viagem de sonho?Gostaria muito de conhecer Zanzibar, dar um salto ao Vietname e passar por uns poucos países da América Latina, porque me fascinam aquelas regiões e aqueles povos.Quem é a personalidade histórica mais relevante da nossa região?Não é uma, são quatro. A Nossa Senhora de Fátima e os três pastorinhos. Por aquilo que se diz que viram, pelos segredos e por aquilo que contaram à boca cheia, pela fé para uns e pela profunda descrença de outros e pelo comércio desbragado a que deram origem.
Ricardo Hipólito

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