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Funcionário público e vice-presidente da arbitragem da Associação de Futebol de Santarém

Funcionário público e vice-presidente da arbitragem da Associação de Futebol de Santarém

Pedro Portugal está no dirigismo desportivo há quatro anos e diz que arbitragem está mais transparente

Trabalha na Autoridade Tributária Aduaneira em Lisboa mas todos os dias regressa à sua cidade natal, Santarém. Nunca pensou mudar-se para a capital porque, diz, não é uma cidade que lhe agrade viver. Apesar de ter uma vida muito ocupada, Pedro Portugal sente-se realizado com a sua actividade profissional.

Ana Isabel BorregoPedro Portugal trabalha na Autoridade Tributária Aduaneira (ATA) há 14 anos e desde Junho deste ano é auditor do serviço de auditoria interna da ATA. Há cerca de três anos que concilia a sua actividade profissional com a vice-presidência do conselho de arbitragem da Associação de Futebol de Santarém (AFS). Teve a sua primeira experiência profissional aos 18 anos quando trabalhou numa empresa de distribuição de bebidas. Ficou lá apenas um mês, o tempo suficiente para juntar dinheiro para tirar a carta de condução.Depois de terminar o 12º ano começou a trabalhar numa empresa de automóveis usados. Depois entrou para o Hospital Distrital de Santarém, onde trabalhou na área da contabilidade e aprovisionamento. Esteve cerca de três meses na Segurança Social até que entrou nas Finanças em 2000. Escalabitano de gema, vive em Santarém e trabalha em Lisboa. Vai todos os dias para a capital e regressa à sua cidade ao final do dia. Já lá vão 14 anos. Nunca pensou mudar-se para Lisboa porque, diz, não é uma cidade que lhe agrade viver. Gosta de lá trabalhar mas também lhe dá muito prazer regressar a Santarém ao final do dia. “Em Lisboa não existe qualidade de vida. As pessoas lá sobrevivem. Adoro regressar a casa”, confessa. Apesar de ter uma vida muito ocupada, sente-se realizado com a sua actividade profissional, sobretudo porque não existem rotinas e faz algo que lhe dá prazer. No seu trabalho é responsável por fazer o planeamento de auditorias. Identifica possíveis áreas onde é possível melhorar a forma de actuar.Pedro Portugal sempre acompanhou o pai, José Manuel Portugal, na sua actividade de dirigente associativo, que chegou a ser vice-presidente da AFS. “Cresci a acompanhar o meu pai neste meio e foi com naturalidade que também entrei no movimento associativo. Assim que a vida profissional me permitiu decidi entrar e dar o meu contributo”, refere a O MIRANTE. O funcionário público entrou para o conselho de arbitragem em 2010 como vogal. Um ano depois, após novas eleições, tornou-se vice-presidente do órgão. Faz um balanço muito positivo dos quatro anos ligado ao associativismo. Defende que têm conseguido tornar os processos de arbitragens mais transparentes e que isso é um orgulho.Considera que os árbitros dos campeonatos distritais não têm a exposição mediática da Primeira Liga de Futebol mas nem sempre os árbitros têm a tarefa facilitada. Pedro Portugal explica que o futebol 7, onde jogam miúdos entre os 11 e 13 anos, é onde existem maiores problemas. E explica porquê. “Os pais projectam para os filhos aquilo que gostavam de ter sido e provocam muita pressão nas crianças. O foco deve ser os estudos e não o futebol. O futebol é para eles se divertirem e brincarem. Mas a maioria das mães acha que os seus filhos são todos Cristianos Ronaldos. Os pais são todos Josés Mourinhos, os treinadores de bancada”, afirma, em tom de brincadeira.Pedro Portugal diz que existem cada vez mais pessoas a quererem ser árbitros. Actualmente, incluindo os 34 estagiários, existem 160 árbitros na AFS. O funcionário público nunca foi árbitro mas jogou futebol. Integrou as equipas do Atlético de Santarém mas também jogou no Moçarria, Abitureiras, Malaqueijo e Azambujeira. Jogou até aos 27 anos. Sempre como defesa central. “Não tinha grande jeito para o futebol mas tenho saudades de todo o ambiente que envolve uma equipa e um clube de futebol”, confessa. Pendurou as botas porque deixou de ter tempo para conciliar a actividade profissional com os treinos e jogos.Considera que o mundo da arbitragem, que sempre foi muito fechado, tem vindo a abrir-se aos poucos e que isso tem sido importante para a credibilização da actividade. As próximas eleições realizam-se dentro de ano e meio. Não está nos planos de Pedro Portugal continuar mas não fecha as portas totalmente. “Gosto muito do meio associativo mas é muito absorvente e quando entramos nisto temos que ter noção que é uma actividade que rouba muito tempo à família e ao sono também. Não está nos meus planos continuar mas quero ir acompanhando porque sinto que já faço parte desta família”, conclui.
Funcionário público e vice-presidente da arbitragem da Associação de Futebol de Santarém

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