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Cegada estreou peça sobre o que resta quando os limites da amizade são ultrapassados

Cegada estreou peça sobre o que resta quando os limites da amizade são ultrapassados

“O Quadro” é uma comédia sobre três amigos e uma muito peculiar tela de 30 mil euros. Peça é um retrato íntimo sobre a sociedade actual, a ascensão social e os limites da sã convivência.

Marco, Sérgio e Ivo são três velhos amigos com uma daquelas amizades que tem tudo para durar a vida inteira. Excepto quando um deles, Sérgio, decide comprar um polémico quadro de 30 mil euros que tem a particularidade de ser completamente branco.Essa tela - sem nada visível - vai lançar os três numa espiral de confronto e reunião que cimenta as bases de uma comédia que tanto pode ser vista com leveza como de uma forma mais profunda por todos aqueles que se interessem pelas dinâmicas da sociedade e o reflexo que as nossas atitudes têm sobre os que nos rodeiam. A peça, encenada por Rui Dionísio, que é também director artístico do Cegada, de Alverca, estreou na última sexta-feira, dia 5 de Dezembro, e pode ser vista até 21 de Dezembro, sempre às 21h30. E o que não falta, além de muitos momentos cómicos, são cenas de acção e tensão ao longo de uma hora e meia de espectáculo.“É uma comédia carregada de conteúdo. De uma forma bastante divertida são colocadas situações de desconforto. Todos nós somos formados, cultos e bem-educados até ao momento em que nos estala o verniz. Somos capazes de dizer as piores coisas. Toda a acção acontece em torno disso”, explica Rui Dionísio a O MIRANTE.Há vários meses que a ideia de levar “O Quadro” à cena pairava sobre as mentes dos criativos do Cegada. É uma adaptação da obra da parisiense Yasmina Reza. “Quando estávamos a preparar o próximo espectáculo achámos que uma comédia fazia sentido. As pessoas vêm ao teatro, saem divertidas mas há ali também um reflexo de humanidade e da sociedade contemporânea. Hoje mais do que nunca estamos a viver períodos desta natureza, de ascensão de pessoas e de outras que apenas observam essas mudanças”, explica Rui Dionísio. A peça foi traduzida e adaptada por Mário Rui Freitas, encenada por Rui Dionísio e é interpretada por Daniel Fialho (Marco), Tiago Peralta (Sérgio) e Zé Pedro Ramos (Ivo). Será que Sérgio gosta do quadro? Ou terá apenas comprado aquela obra de arte para mostrar aos amigos a sua ascensão económica? Isso é algo que só o espectador poderá descobrir. Em cena no Teatro Estúdio Ildefonso Valério, no centro de Alverca.Ano recorde com mais de seis mil espectadoresO director artístico do Cegada e programador do Teatro Estúdio Ildefonso Valério em Alverca, Rui Dionísio, faz um balanço “fantástico” do ano que está a chegar ao fim e fala em resultados inéditos, com mais de seis mil pessoas a assistirem aos eventos. Isto num teatro com 77 lugares que se tem afirmado como o principal catalisador cultural de Alverca. “Foi um ano de superação de recordes que já eram audazes em 2013. Temos público fidelizado e estão sempre a aparecer caras novas. Só temos motivos de orgulho em relação ao nosso trabalho”, confessa o responsável.
Cegada estreou peça sobre o que resta quando os limites da amizade são ultrapassados

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