O Centro de Negócios de Ourém acolhe nos dias 22, 23 e 24 de Janeiro a segunda edição das Jornadas de Mecânica, uma organização da Escola Profissional de Ourém (EPO), instituição que lecciona cursos profissionais muito direccionados para as áreas da Mecânica, Metalomecânica, Manutenção Industrial, Energias Renováveis e Electrónica e Automação. O evento deste ano, que se repete após o sucesso da primeira iniciativa, junta no mesmo espaço mais de 25 empresas, de Norte a Sul do país, das áreas da Mecânica, Manutenção Industrial e da Electrónica que, para além de apresentarem os seus produtos, vão realizar demonstrações técnicas.Este ano, a novidade reside na presença de empresas do sector automóvel, devido ao curso de Manutenção Industrial (variante Mecatrónica Automóvel) e no horário da feira que foi modificado a pensar no público em geral. A feira decorre, todos os dias, entre as 14h00 e as 22h00. António Évora, coordenador técnico da EPO, explicou a O MIRANTE que dois grandes objectivos destas jornadas passam por reforçar a ligação entre a Escola Profissional de Ourém e as empresas, procurando aferir quais são as reais necessidades do mercado de trabalho. “São Jornadas da Mecânica porque a nossa filosofia, quando lançamos o convite às empresas, assenta em afirmar Ourém como um pólo regional de formação profissional de nível médio na área da mecânica mas, obviamente, também serve para divulgarmos as nossas ofertas formativas”, frisou.O evento também vai permitir aos alunos assistirem a algumas sessões técnicas (entre as 14h00 e as 17h00), podendo os mesmos estabelecerem contacto com as mais recentes ferramentas e tecnologias existentes nas áreas da metalomecânica, manutenção industrial e electrónica. “As empresas que vão cá estar vão trazer a tecnologia de ponta e as novidades que estão no mercado”, salienta António Évora, frisando que um dos principais objectivos das jornadas passa por reforçar a ligação que existe entre a escola e as empresas. Neste momento, a EPO, que entrou nos seus 25 anos de existência, ministra vários Cursos Técnicos Profissionais de Metalomecânica (variante programação e maquinação) de Manutenção Industrial, Electrónica, Automação e Comando, Design Industrial e Gestão (o mais antigo da escola). Todos os cursos têm uma duração de três anos e são de Nivel IV, podendo os alunos prosseguir os seus estudos a nível superior após um estágio profissional. “De acordo com a possibilidade de uma portaria que foi publicada o ano passado, aumentámos o período de estágio em vigor (de 420 horas) para 840 horas, possibilitando que fiquem cerca de cinco meses a trabalhar em empresas”, salientou. António Évora garante que o índice de empregabilidade varia consoante a área de formação mas que a mesma se situa, em média, nos 80%. “Na área da mecânica, por exemplo, o índice de empregabilidade é de 100% dado que todos os alunos que saem da nossa escola têm um emprego à sua espera. Há, efectivamente, necessidade de mão-de-obra especializada nesta área e a Escola Profissional de Ourém tem a resposta. Daí a nossa preocupação em reformular, constantemente, a nossa oferta formativa”, atesta.O bom filho a casa tornaAntónio Évora, 37 anos, coordenador técnico da Escola Profissional de Ourém, é licenciado em Engenharia Civil pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Leiria mas, antes de ingressar no ensino superior, foi aluno da Escola Profissional de Ourém, entre 1995 e 1998, onde frequentou o curso Técnico de Construção Civil (Variante Mediação e Orçamentos). Natural da ilha do Fogo, Cabo Verde, veio parar a Ourém no âmbito de um protocolo de geminação entre a Câmara Municipal de Ourém e a Câmara de São Filipe, que se mantém até hoje. Iniciou a sua actividade profissional como director de obra na Casape - Construções e Empreendimentos, SA. Foi responsável pelo departamento de orçamentação da Monterg Construções, SA até Outubro de 2010, altura em que regressou à Escola Profissional de Ourém para ocupar o cargo de coordenador técnico. “Fui convidado pelo actual director executivo da Insignare para coordenar o trabalho dos supervisores de cada um dos nossos cursos, um trabalho bastante motivador. Se fosse para trabalhar numa outra escola, provavelmente não teria aceite o convite”, confessa.