A água vai aumentar um por cento no próximo ano no concelho de Vila Franca de Xira mas mesmo assim vai continuar a ser a mais barata da Área Metropolitana de Lisboa. Em Janeiro também a generalidade dos serviços prestados pelos SMAS do concelho vão aumentar de preço em um por cento. O aumento do preço decorre do artigo 21º da lei 73/2013, que nota a obrigatoriedade dos preços fixados pelos municípios para os bens fornecidos pelos serviços municipalizados - incluindo água - não deverem ser inferiores aos custos directa e indirectamente suportados com a prestação desses serviços.Para evitar que o aumento fosse maior na factura dos consumidores do concelho, o município acordou com a ERSAR a possibilidade de suportar o custo do aumento durante os próximos cinco anos. Para isso vai gastar cerca de três milhões de euros, valor que de outra forma teria de ser pago pelos consumidores já a partir de Janeiro.“O apuramento de custos que se fez foi o mais razoável possível e a margem que existia para aliviar o impacto no tarifário inicial seria os cinco anos. Conseguimos que não fosse tão pesado este ano. Todos [os municípios] vão aumentar o preço da água, não há milagres. Mas podem haver ajustamentos e foi o que fizemos”, notou Alberto Mesquita (PS), presidente da câmara. Na última reunião de câmara, os novos tarifários foram aprovados com os votos favoráveis do PS e da Coligação Novo Rumo. Um entendimento que só foi possível depois dos socialistas terem aceite algumas sugestões do Novo Rumo, como a inclusão na factura de informação gráfica detalhada sobre os custos e taxas do fornecimento e a criação de uma tarifa social para famílias do rendimento social de inserção, através de um fornecimento mensal máximo assegurado por um redutor de caudal colocado no contador.A CDU votou contra por se opor ao aumento do preço e por considerar que viola as medidas “anti-crise” e de apoio social lançadas pela câmara. António Oliveira, presidente do conselho de administração dos SMAS de Vila Franca de Xira, notou que “não foi fácil” conseguir negociar um aumento de “apenas um por cento” e assegurou que o objectivo é “continuar a apoiar as famílias”. Alguns exemplos de quanto vai custar a águaA partir de Janeiro a água passa a custar todos os meses, por metro cúbico nos consumidores domésticos, 0,56 cêntimos no primeiro escalão, 1,15 euros no segundo escalão, 2,19 euros no terceiro escalão e 2,21 euros no quarto escalão. A água da tarifa familiar, para um agregado até cinco pessoas, vai ter um preço de 1,14 cêntimos no segundo escalão. No que toca às tarifas fixas dos consumidores domésticos está previsto um custo mensal de 2,90 euros (contadores até 15mm), de 6,34 euros (contadores de 20mm) e de 9,52 euros para os contadores de 25mm.Para adequação do tarifário foram também introduzidos valores em várias operações que até aqui eram gratuitas, como a colocação de contador (excepto nas celebrações de contrato), encargos com deslocações das equipas técnicas, encargos pelos envios de aviso de corte de abastecimento, limpezas de fossas particulares, apreciação de projectos e realização de vistorias técnicas.