Carolina Lourenço é uma das caras mais sorridentes do Círculo Cultural Scalabitano (CCS), em Santarém. Faz parte desta “grande família”, como muitos lhe chamam, desde 2013 quando uma amiga lhe contou que o CCS ia formar um coro juvenil e decidiu embarcar na nova experiência. Seguir uma carreira no mundo da música é o grande sonho desta jovem de 17 anos, seja a solo ou em grupo. “Sim, tenho uma boa voz”, diz convicta.Cantar em grupo não a assusta e salienta que esta é uma forma de se dominar a ela própria, controlar a voz e descobrir-se. Acabou de estar no palco do CCS a cantar com mais de quatro dezenas de pessoas, no espectáculo de lançamento do duplo CD “III Encantos”, a 12 de Dezembro, e garante que “rir e falar com os outros é a melhor descontracção que há” antes das actuações.E se o nervoso miudinho não ataca a Carolina, o mesmo não se pode dizer de Miguel Noronha que não pára de mexer as mãos antes de subir ao palco. “Estou sempre nervoso, gosto de estar nervoso antes de cada concerto porque assim sei que tenho de dar o litro”, explica o jovem de 18 anos. “Espectacular” é a forma como define a sua experiência no coro do CCS. Ao contrário da Carolina não reconhece o potencial da sua voz mas nos bastidores do espectáculo O MIRANTE descobriu que ele é uma das vozes mais promissoras.Leonor Gouveia e Carolina Baptista fazem também parte da “fábrica de cantores” que o maestro António Matias se desafia a construir. Gostam de cantar, mas para elas a participação no coro é sobretudo uma forma de fazer novos amigos. Aos 14 anos, sabem que a escola deve ser a principal preocupação mas tentam nunca faltar aos ensaios. “São animados, divertidos e o maestro diz umas coisas que nos fazem rir”, contam. Carlos Montez está no coro do CCS apenas pelo convívio. “Aqui convive-se muito, há uma grande amizade entre as pessoas”, realça. Aos 65 anos, encontra no coro uma forma de ocupar o tempo livre e apesar de a esposa não gostar de cantar, garante que ela não fica ciumenta nas noites em que ele está nos ensaios ou nos espectáculos. Antes das actuações, dispensa os rituais e garante que nunca fica nervoso. E já que os mais velhos dispensam os rituais antes das actuações, a pequena cantora do coro infantil, Ana Marta Teles, de 11 anos, deixa uma dica infalível: “Desejar uma coisa que é uma asneira”. Círculo Cultural Scalabitano lança duplo CD“III Encantos” é o título do duplo CD que o Círculo Cultural Scalabitano lançou no seu auditório, num espectáculo abrilhantado pelas actuações dos três coros da casa com temas originais e muitas músicas de Natal. Um projecto colectivo que conjuga as vozes inocentes dos infantis, as irreverentes dos juvenis e as maduras do coro adulto. “Aos três pretende-se de facto que encantem quem os vai ouvir daí o título três encantos”, explica António Matias.“Hoje é um dia muito importante para nós”, afirma a directora do coro do CCS, Margarida Frois, salientando que este foi um projecto avultado que só foi possível graças ao empenho e dedicação do CCS e ao apoio de parceiros como a Câmara de Santarém e o W Shopping. O “objectivo imediato” agora é promover e vender o disco ao maior número de pessoas.O primeiro disco é composto por cinco temas do reportório musical de cada um dos coros, num total de quinze músicas. O segundo alia as vozes dos três coros em conhecidos temas de Natal.