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Líder do Atlético de Pernes demite-se queixando-se de “interferências políticas” na gestão do clube

Presidente da Câmara de Santarém garante que nunca houve pressões sobre qualquer clube e afirma que as razões da renúncia de Pedro Teopisto devem ser outras.

O presidente do Atlético Clube de Pernes, Pedro Teopisto, renunciou ao cargo e forçou a realização de eleições antecipadas, marcadas para a próxima sexta-feira, 9 de Janeiro, alegando “interferência política” na gestão do clube e também o incumprimento na concretização de alguns apoios por parte da Câmara de Santarém. Acusações que o presidente da câmara, Ricardo Gonçalves (PSD), rejeitou na reunião do executivo de segunda-feira, 5 de Janeiro. “Refuto completamente que o actual executivo exerça pressões sobre qualquer clube. Nunca o fizemos, não o fazemos e nunca o faremos”, declarou o autarca.A polémica nasceu no domingo, 4 de Janeiro, data em que Pedro Teopisto dirigiu uma carta aberta aos sócios, atletas e respectivos familiares e colaboradores do clube onde diz que “cada vez mais há interferência política nas associações, actos que em nada dignificam a nossa democracia”. E afirma que em Setembro último foi confrontado com “uma delicada questão”. Alguém, que não identifica, ter-lhe-á dito que “se apresentasse a demissão os problemas financeiros do clube resolviam-se”. Posteriormente, acrescenta na carta, “já bastava que o presidente da direcção do AC Pernes não dissesse mal do município”.A acrescentar a isso, prossegue Pedro Teopisto, deu-se o arrastar no tempo da aprovação das verbas a pagar pelo município respeitantes às verbas de 2010 a 2014, bem como a não implementação do regulamento de apoio aos clubes para a época 2014/2015. Pelo meio, e para agravar a débil situação financeira do clube, a Misericórdia de Pernes cortou em 40% o apoio ao clube nesta época, mas o dirigente demissionário compreende essa medida: “Não podemos de forma alguma criticar a política de apoio da SCM Pernes, é a sua, e o clube ao longo dos anos foi bastante apoiado, devendo agradecer todos esses apoios alcançados”.Somando todos esses factores e ainda a demissão de um membro da direcção em Agosto último por questões pessoais e profissionais, Pedro Teopisto entendeu que devia renunciar e dar oportunidade ao surgimento de novos dirigentes que possam preparar atempadamente a próxima época. Afirma que não está disponível para integrar qualquer cargo na direcção, mas, se assim o entenderem, não se importa de integrar os outros corpos sociais.Presidente da câmara refuta responsabilidadesFace às acusações de Pedro Teopisto, o presidente da câmara lamentou na última reunião do executivo que o mesmo não as tenha expresso nas reuniões em que participou com elementos da câmara municipal e dirigentes de outros clubes. Criticou-o também por não ter dado qualquer contributo para a elaboração do novo regulamento de apoio aos clubes desportivos.Ricardo Gonçalves reconhece no entanto razão a Pedro Teopisto na questão da equidade nos apoios às associações, já que os clubes que utilizam instalações desportivas municipais (o que não é o caso do Pernes) não têm de suportar encargos com água e electricidade, representando isso uma vantagem acrescida. O autarca diz que quer ultrapassar essa situação no modelo de apoio ao associativismo desportivo que está a ser preparado e que já tem verbas inscritas no orçamento municipal para 2015.Em suma, considera Ricardo Gonçalves, “os problemas terão a ver com questões do foro pessoal do senhor presidente ou com questões internas do Atlético Clube de Pernes, mas com a Câmara de Santarém não têm a ver com certeza”.

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