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É prematuro anunciar extinção de turma de crianças ciganas em escola de Tomar

É prematuro anunciar extinção de turma de crianças ciganas em escola de Tomar

Director do Agrupamento de Escolas dos Templários desmente notícias publicadas nos últimos dias e refere que só no final do ano lectivo será feito um balanço da experiência.

Cinco meses decorridos após a abertura do ano lectivo escolar, a turma da escola básica do 1º ciclo dos Templários, em Tomar, composta exclusivamente por alunos de etnia cigana está a ser “monitorizada” sendo “prematuro” avançar que a mesma vai acabar. As explicações foram dadas a O MIRANTE por Carlos Ribeiro, director do Agrupamento de Escolas dos Templários, na sequência de notícias publicadas na segunda-feira, 2 de Fevereiro, pelo jornal Público e pela rádio TSF que davam conta que essa turma tinha os dias contados. Na base da notícia estava um conjunto de respostas enviadas pelo Alto Comissariado das Migrações a esses dois órgãos de informação.Tal como O MIRANTE noticiou em 25 de Setembro de 2014, o caso gerou polémica no início do ano lectivo, quando a escola básica dos Templários decidiu juntar alunos de etnia cigana numa única turma. A medida, justificou o agrupamento, foi tomada devido a aspectos de ordem administrativa, dado que, sendo todos repetentes, era mais conveniente para todos os envolvidos que fosse constituída uma turma mais pequena. Foi dado conhecimento do caso ao Alto Comissariado das Migrações e houve até uma queixa que chegou ao Provedor de Justiça. Agora, através de um conjunto de respostas enviadas à TSF, o Alto Comissariado das Migrações salienta que a criação da turma não foi uma boa prática, por isso vai acabar no final do ano lectivo. Ainda de acordo com essa entidade, “os alunos que inicialmente integravam a referida turma têm vindo a ser, gradualmente, integrados noutras turmas da mesma escola”. Uma indicação que foi, no entanto negada, peremptoriamente, pelo director ao nosso jornal.Os 14 alunos que integram essa turma, com idades entre os 7 e os 14 anos, estão ao mesmo nível de escolaridade e têm vindo a registar melhorias ao nível de assiduidade e aproveitamento escolar, garantiu Carlos Ribeiro, acrescentando que a escola conta, desde Outubro, com uma auxiliar educativa de etnia cigana que ajuda no processo de inclusão. Declarações que, neste caso, vão ao encontro das respostas do Alto Comissariado das Migrações que salienta que “não se registam situações de absentismo escolar neste momento” e que “as crianças abrangidas têm registado bons resultados e têm melhorado o seu comportamento em contexto de sala de aula”. “Trabalhamos com uma política inclusiva e não temos nenhuma directriz da Direcção Regional da Educação para acabar com a referida turma”, disse o director do Agrupamento dos Templários, acrescentando que a questão, abordada a esta altura do ano lectivo, é extemporânea. “Se a experiência está a ter resultados positivos seria uma contradição acabar com a turma a meio do ano lectivo escolar”, justificou, salientando que o tempo da escola não é o tempo dos jornalistas. O vereador da Educação da Câmara de Tomar, Hugo Cristóvão (PS), disse a O MIRANTE que não tem conhecimento de qualquer directiva do Ministério da Educação no sentido da turma ser extinta, considerando mesmo que a questão tem vindo a ser empolada. “Sou professor e sei de outras escolas, no país, que também têm turmas compostas exclusivamente por crianças de etnia cigana e onde o caso não foi tão comentado. Temos feito um acompanhamento da situação e sabemos que os resultados com esta experiência estão a ser positivos”, disse.
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