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Ribatejano divulga a música portuguesa em terras de sua majestade

Ribatejano divulga a música portuguesa em terras de sua majestade

João Frazão viveu boa parte da sua infância e juventude em Rio Maior e é um músico dos sete instrumentos que ganha a vida em Inglaterra. Actualmente está de passagem pela sua região natal para apresentar o seu primeiro disco a solo em Santarém, Gançaria e Rio Maior.

Podia designar-se como um homem dos sete instrumentos não fosse o rótulo pecar por defeito, já que João Frazão maneja com competência alguns mais, embora nos últimos tempos seja o cavaquinho a sua ferramenta de eleição. É com essa espécie de viola em miniatura, de origem portuguesa, que vai encantando públicos, porque tal como canta outro ribatejano, José Cid, também ele nasceu para a música. E isso pode ser testemunhado já esta quinta-feira, 12 de Março (21h30), no Teatro Sá da Bandeira em Santarém, e depois na Gançaria (15 de Março, 16h30) e em Rio Maior (24 de Março, 21h00) antes de regressar a Inglaterra, onde vive desde 2009. Em terras de sua majestade, João Frazão vai divulgando a música tradicional portuguesa, nomeadamente em museus e bares, e gere um estúdio na cidade de Bradford. Foi lá que gravou o seu primeiro disco a solo, chamado “Orgânico”, que agora vem apresentar ao público da sua região natal. Para esse CD de temas originais tocou diversos instrumentos, desde bateria ao cavaquinho, passando pelo piano. João Frazão é ainda representante de duas marcas de cavaquinhos fabricados na China e o seu disco vai ser editado nesse país asiático para ser oferecido na compra desses instrumentos. O músico tem ainda a particularidade de ter desenhado um instrumento único: um cavaquinho eléctrico de cinco cordas (os normais têm quatro cordas) construído por Orlando Trindade, um artesão de Caldas da Rainha.João Frazão nasceu no hospital velho de Santarém, faz 48 anos em Maio, mas foi em Rio Maior que viveu a infância e boa parte da juventude, já que a família é oriunda dessa cidade onde ainda tem dois irmãos. Teve um estúdio em casa, onde gravou discos de diversos artistas e grupos, integrou o grupo de música tradicional Canto da Terra e correu mundo como músico a acompanhar, em palco ou em estúdio, nomes como Roberto Leal, João Afonso, Ala dos Namorados ou Rita Guerra.Identifica-se como um auto-didacta, embora tenha feito uma formação de dois semestres no Hot Club de Portugal. A sua música é instrumental. Não canta, pois o som da sua voz não lhe soa bem. “Tenho uns ouvidos muito criteriosos”, diz com humor.Há cerca de seis anos, já entrado na ternura dos 40, decidiu ir para Inglaterra em busca de oportunidades. “Não é que tenha desistido de Portugal”, justifica, mas como o mercado da música tradicional já conheceu melhores dias por cá achou que era altura de arriscar. “Não tinha mulher, não tinha filhos, não tinha cães e tinha algum dinheiro no banco, por isso decidi embarcar nessa aventura. Era nessa altura ou nunca!”, afirma.O seu sonho agora, diz, é um dia ter uma banda para poder prosseguir o seu trabalho de divulgação da música portuguesa por esse mundo fora. “Vou tentar, porque já é tarde para desistir. Costumo dizer que um dia que deixe de tocar é porque morri”, afirma. Quem quiser avaliar o seu trabalho à distância pode fazê-lo na Internet através do “youtube”, onde podem ser vistos e ouvidos temas originais e versões de temas da música tradicional portuguesa.
Ribatejano divulga a música portuguesa em terras de sua majestade

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