uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Marisa Silva

Marisa Silva

Formadora de informática, 36 anos, Póvoa de Santa Iria

“Já tentei várias vezes ler livros nos ecrãs mas não gostei. Não é a mesma coisa e nem consegui fazer um esforço para gostar”* * *“Ser velho não significa aprender mais devagar que os jovens, depende da vontade. A maioria até tem mais vontade em aprender que os nossos jovens hoje em dia, lamento dizê-lo”* * *“Daqui a uns anos os nossos filhos já nem irão levar uma mochila para a escola, carregados com cinco quilos de livros. Levarão apenas um portátil, que lhes permitirá chegar à escola, consultar as lições e aprender a partir dali”

A melhor maneira de lidar com os computadores é com um martelo?Não! Hoje em dia já não, os sistemas são mais estáveis e acessíveis. Qualquer pessoa consegue trabalhar com dispositivos informáticos, até com os dedos, em ecrãs touch. Daqui a uns anos os nossos filhos já nem irão levar uma mochila para a escola, carregados com cinco quilos de livros. Levarão apenas um portátil, que lhes permitirá chegar à escola, consultar as lições e aprender a partir dali.Ler um livro é melhor em papel ou tablet?Para mim nada substitui o papel. Gosto de sentir as folhas, sentir o livro, o cheiro, folhear. Já conheço muita gente que lê livros através de tablet e computadores. Mas eu não, pessoalmente não gosto apesar de trabalhar na área da tecnologia. Já tentei várias vezes ler livros nos ecrãs mas não gostei. Não é a mesma coisa e nem consegui fazer um esforço para gostar. Hoje em dia, dependendo das crianças, já existem muitas que preferem o digital ao papel. Se se visse fechada numa sala escura sem a chave, o que faria?Dormia. Estou a precisar disso. Hoje trabalha-se muito, cada vez mais do que antigamente. Em termos de formação há cada vez mais trabalho com a população sénior. Os seniores não querem ficar atrás dos mais jovens. não gostam que sejam os filhos a ajudar. Gostam que seja outra pessoa a ensinar, querem andar no Facebook, entrar no Portal das Finanças e da Segurança Social e ver as suas coisas, não querem ser dependentes. Ser velho não significa aprender mais devagar que os jovens, depende da vontade. A maioria até tem mais vontade em aprender que os nossos jovens hoje em dia, lamento dizê-lo.Aceitava flores de um desconhecido?Não. E a primeira coisa que fazia era colocá-las no primeiro balde do lixo que encontrasse. Mas sou uma pessoa romântica (risos). Para mim o mais importante é a personalidade, ela diz-nos mais do que o corpo. Se fosse presidente da Junta da Póvoa o que era a primeira coisa que gostava de mudar?O atendimento ao público. No dia-a-dia da cidade há muita coisa a mudar, como o estacionamento. E há um abandono terrível de espaços que davam para fazer jardins, parques de lazer ou até estacionamentos. Podíamos aproveitar esses espaços para os requalificar. A Póvoa velha está parada, devia haver algo para motivar as pessoas, é uma zona de gente idosa. Na zona nova, a cidade evoluiu bastante. Mas queremos ir aos Correios e não temos onde estacionar. E depois há espaços onde se podia meter uma filial, por exemplo no Casal da Serra, porque não. Gostava também de ver um caminho pedonal à beira rio até Lisboa, ao Parque das Nações. Seria fantástico se essa ideia se concretizasse.Compensa ir fazer compras a Lisboa?Não e eu tento sempre comprar o que posso no mercado aqui da Póvoa. Sou nascida e criada cá, por isso gosto de estar aqui. Mas detesto fazer compras. Devia proibir-se as campanhas publicitárias que nos tocam à campainha quando estamos em casa?Não, não acho que deva ser proibido. É um modo de vida e as pessoas precisam de ganhar o seu ordenado. Hoje em dia é difícil arranjar trabalho.Quando passa junto à fábrica de adubos suspeita de ter causado o surto de Legionella sustém a respiração?(Risos) Não, tento não pensar muito nisso. Já não tenho medo do que aconteceu em Novembro. Costuma-se dizer que é preciso acontecer as coisas a primeira vez para que se tomem as medidas sérias para o prevenir. Infelizmente aconteceu o que aconteceu e com casos muito graves. Acho que agora que já tomaram as medidas de resolução do problema estamos mais seguros do que na altura do surto.Aceitava um convite para almoçar com o primeiro-ministro?Sim, se fosse ele a pagar.
Marisa Silva

Mais Notícias

    A carregar...