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Confrade Serafim das Neves

Ouvi dizer que o projecto Portugal sem Beatas ia ser relançado em Santarém e fui logo dar uma espreitadela ao site da Diocese e ao Boletim Portas do Sol para saber qual a posição da Igreja Católica. Não encontrei nem uma palavra e fiquei surpreendido porque o tema das beatas sempre foi bastante polémico. Como sabes há padres a favor das beatas, normalmente os mais velhos, e há padres contra as beatas... geralmente contra as mais velhas. Comentei o caso e fiquei a saber que me tinha precipitado. A campanha não é para acabar com as beatas da igreja mas com as beatas dos cigarros. Benzi-me como um jogador de futebol a entrar em campo e comecei a olhar para o chão com mais atenção. Descobri que as beatas ganharam terreno às pastilhas elásticas e fiquei contente. Uma beata não se cola aos sapatos nem à calçadinha portuguesa como uma chiclete ou uma super-gorila com sabor a morango.Quando se podia fumar nos cafés lembro-me de tomar o pequeno almoço ao balcão com a cabeça no meio de uma nuvem tóxica e os pés assentes numa almofada de beatas. Agora que meteram os fumadores à porta é natural que haja mais beatas nos passeios e pelas ruas fora. E não me venham dizer que o problema se resolve com cinzeiros. Só se forem cinzeiros robot que apanhem beatas do chão. Qual é o fumador português que consegue acertar com uma beata num cinzeiro mesmo que o cinzeiro esteja a meio metro?! Nenhum, pois claro. Nós somos bons é no futebol. Para o basquetebol nunca tivemos jeitinho nenhum.Além disso, quem é que não gosta daquela sensação de liberdade que se sente quando se atira uma beata acesa para o chão, seja da varanda do terceiro andar ou pela janela do carro enquanto se conduz a 140 à hora? Afinal não foi para isso que se fez o 25 de Abril??!!Em Tomar a câmara municipal arranjou um esquema para pagar horas extraordinárias aos seus funcionários bombeiros e subsídios aos que fazem de conta que são voluntários, sem ter que cumprir aquelas regras orçamentais chatas nem fazer descontos de arrasar. Não é uma ideia inédita porque já foi usada com relativo sucesso noutras câmaras municipais que têm bombeiros mas não deixa de ser uma ideia meritória. Transfere-se a massa para umas associações e estas distribuem o carcanhol como se estivessem a distribuir bolachas de coco. E as bolachas de coco que oferecemos a amigos não pagam imposto, como se sabe. Se todos gostamos dos nossos bombeiros quem é que poderá criticar uma câmara que finta a lei através de uma contabilidade criativa com o intuito de compensar aqueles abnegados heróis?!! Ninguém, claro!! Fintar a lei para fazer o bem, acho eu que não é crime. Acho eu e muitos outros altruístas que fazem bem a si próprios e aos amigos e familiares à custo de sistemas criativos. Só alguns empedernidos casmurros continuam a bater na tecla da fuga ao fisco. Sacristas!!!! Nas Festas de S. José em Santarém voltei a ver os políticos com o andor do santo às costas, arrastando os pés pelos caminhos de flores por onde passou a procissão. É bonito, sim senhor. Felizmente Portugal é uma país laico onde há uma separação clara entre Igreja e Estado. Nada de misturas como noutros países mais atrasados que não vale a pena estar aqui a mencionar.Fica na bênção de Deus que eu vou baptizar a gargantaManuel Serra d’Aire

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