A chico-espertice manifesta-se. Quando era para esconder deficit e gastar o que não se podia gastar houve autarquias que criaram empresas municipais que podiam fazer tudo o que as câmaras municipais não podiam. Deu no que deu. E houve mais situações de chico-espertice a que alguns chamavam soluções criativas. Agora arranjam-se soluções criativas para fintar a lei na área dos bombeiros. Já houve um caso idêntico mais a norte, com o município de Abrantes, que transferia dinheiro para os bombeiros voluntários de Constância, dinheiro esse que servia para pagar serviços a bombeiros municipais de Abrantes que, ou não podiam ser pagos por trabalho extraordinário directamente pelo seu empregador que era a câmara, ou sendo pagos tinham descontos que não compensavam ganhar o dinheiro para além da câmara ter mais encargos. A coisa deu tanto brado que a presidente da câmara juntou um grupo de pessoas e convenceu-as a formar uma corporação de bombeiros voluntários transferindo para a mesma o património dos bombeiros municipais e cedendo-lhes trabalhadores, para além de lhe dar um subsídio. Agora em Tomar repete-se o esquema de transferir dinheiro em forma de subsídio para associações que vão fazer pagamentos que a câmara não pode fazer ou podendo fazê-los gasta mais dinheiro e os bombeiros fazem mais descontos. Há o caso dos bombeiros do quadro que recebem horas extraordinárias e o dos “falsos voluntários” que recebem subsídios. Enfim, como dizia o outro, as leis fizeram-se para ser violadas e em Portugal mais do que em qualquer outro lugar. Para quem não saiba ler ou tenha a tentação de tentar ler o que eu não escrevi, direi que estou a falar de gestão autárquica, pagamentos e esquemas para fintar as leis. Josefina Marques Bombeiros voluntários são isso mesmo, voluntários, isto é, prestam serviços humanitários de voluntariado não remunerados! Querer misturar o voluntariado com o profissional e o remunerar voluntários é corrupção total! Os voluntários que aceitam ser remunerados devem ser irradiados da corporação e também os dirigentes da organização que aceitem a corrupção.Manuel Peñascoso