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Engenheiro de Tomar premiado na maior competição de fotografia do mundo

Engenheiro de Tomar premiado na maior competição de fotografia do mundo

Adriano Neves, 34 anos, foi o vencedor do Portugal National Award, um prémio da edição de 2015 do Sony World Photography Awards.

É de Tomar e está a ser falado nos últimos tempos por causa de uma fotografia tirada durante os primeiros dias de 2014, na Islândia. Adriano Neves, engenheiro civil que trabalha em Lisboa, foi o grande vencedor do Portugal National Award, um prémio da edição de 2015 do Sony World Photography Awards, que distinguiu participantes de 54 países. A foto “Northern lights over the milky way”, representativa de uma aurora boreal, foi considerada a melhor imagem captada por um português, tendo mesmo sido nomeada para as dez categorias do concurso. O fotógrafo vai ganhar uma Sony RX100 III e vai ter a oportunidade de viajar para Londres para a cerimónia da Sony World Photography Awards, que decorre a 23 de Abril.“Esta fotografia em concreto surgiu no último dia em que estava na Islândia, quando pedi para pararmos no meio de uma estrada, junto a uma pequena montanha. A aurora começava a crescer do lado esquerdo e soube logo o que queria tentar fazer. Saímos do carro à pressa, tentando não escorregar nos 10 centímetros de gelo sobre o pavimento, depois foi preparar o tripé e configurar a câmara”, conta a O MIRANTE numa entrevista concedida por e-mail. A fotografia, que denominou “luzes do norte sobre a via láctea”, já tinha sido nomeada fotografia do mês de Março de 2014 pela plataforma nacional de fotografia Olhares.com. Adriano Neves andou até ao 4.º ano na escola primária da aldeia da Serra do Meio, Sabacheira, no concelho de Tomar, onde viveu até se mudar para Lisboa, para frequentar o curso de Engenharia Civil no Instituto Superior Técnico. Explica que a larga maioria dos amigos vive actualmente fora de Tomar (e até da região), por razões profissionais mas que boa parte da família se mantém a viver entre a sua aldeia natal e a cidade. “Não obstante adorar viver em Lisboa, Tomar continua indubitavelmente a ser a cidade da minha identidade”, refere o engenheiro civil que viu na fotografia “uma forma de guardar memórias, momentos e locais”. Durante a universidade chegou a ser premiado num passatempo televisivo com uma câmara digital de 2 megapixel - “algo fenomenal na altura” - e com a qual satisfez muitas brincadeiras. Mas foi mais tarde que a curiosidade se aguçou, um pouco por contágio do irmão que, embora fotógrafo amador, construía fotografias muito cativantes.Depois de terminar a universidade, começou a viajar para fora de Portugal, tendo mais oportunidades para fotografar locais exóticos. Foi nessa fase que a fotografia mais o cativou. Mais tarde, inscreveu-se num workshop de fotografia avançada. Uma decisão impulsiva que se revelou “surpreendentemente acertada”. O segundo momento-chave, ocorrido poucos meses depois, foi quando decidiu fazer a viagem fotográfica de fim-de-ano à Islândia, “um paraíso fotográfico” que o arrebatou por completo. A viagem tinha como mote principal “a busca das auroras”, mas passaram-se todos os dias de viagem sem que se reunissem condições ideais para as observar. Foi apenas na última noite, à hora de jantar, que foram avisados de que aquela noite tinha muito potencial para aparecerem auroras boreais. E foi nesse dia que Adriano Neves fez o registo vencedor. Adriano Neves ainda não pensou expor em Tomar porque ainda não pensou sequer em expor. “Julgo que já tenho algumas fotografias interessantes e em número suficiente para uma pequena exposição mas, ainda assim, não consegui até à data fotografar muito em Tomar numa qualidade que eu considere merecedora de incluir registos numa exposição. Mas talvez um dia se proporcione e será com muito prazer que o farei”, afirma.
Engenheiro de Tomar premiado na maior competição de fotografia do mundo

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