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Bandas rock de Santarém lutam para se afirmarem mas faltam oportunidades

Bandas rock de Santarém lutam para se afirmarem mas faltam oportunidades

Flask e Mau Vinho tocaram no concerto Novo Abril e deram a conhecer a O MIRANTE as dificuldades com que se deparam num mundo onde não falta a concorrência.

Não está fácil a vida para as bandas rock da região de Santarém. Os grupos vão tocando aqui e ali, muitas vezes só para amigos e família, e queixam-se de falta de oportunidades. É o caso dos Flask, banda que existe desde 2012 e que é composta por João Brites, Duarte Lopes e João Drake, os três escalabitanos que actuaram no dia 10 de Abril, no Fórum Actor Mário Viegas, em Santarém. Fizeram sucesso junto do público que encheu aquele espaço mas isso não os faz desviar a atenção da realidade. E a realidade são as dificuldades de afirmação, provocadas pela falta de oportunidades. “Não é nada que não estivéssemos à espera. Se quisermos fazer alguma coisa temos de ser nós a fazê-lo. Não podemos contar muito com câmaras, com iniciativa pública, temos de contar mesmo é com a nossa pró actividade ou então não vemos nada a acontecer. Por isso sim, sentimos algumas dificuldades”, diz o guitarrista João Brites.O mesmo músico dá um exemplo elucidativo: “Nas festas de Março, chamam bandas de Lisboa para vir cá a Santarém. Havendo tanta banda boa em Santarém e não chamarem nenhuma (sem ser o David Antunes), havendo esta oferta toda de cultura e não se aproveitar... Acho que as instituições públicas são um pouco responsáveis por isso. Nem sequer convidados somos. Aliás, estar a ser entrevistado é uma coisa completamente nova”.João Brites admite que os Flask estão “sempre a tocar para os amigos” e que é “difícil sair disso”. Uma forma de se ultrapassar essa situação seria ir tocar a Lisboa, onde teriam “mais facilidade, mais visibilidade e mais exposição”. O problema é que não existe dinheiro para tal, nem sequer para a gasolina.Como o mercado é pequeno, os elementos das bandas espalham-se por vários grupos. É o caso de Duarte Lopes e João Drake, que, além dos Flask, também tocam nos Mau Vinho, banda que também esteve no concerto por um Novo Abril, no Fórum Mário Viegas. Os Mau Vinho existem apenas há um ano e, apesar de dizerem que lhes está a dar prazer, também já têm consciência das dificuldades.“Sem uma maquete nada feito. É a verdade, é a realidade. Temos de gravar senão não temos hipótese. Se a situação já é como é, se não gravarmos ainda é pior. As dificuldades acumulam-se. Mas é isto que queremos fazer, sabe muito bem, gostamos muito e esperamos é ter oportunidades e trabalho pela frente”, diz o vocalista e guitarrista José Fonseca, que, apesar de tudo, lembra que os Mau Vinho ainda estão numa fase prematura da sua existência e que ainda têm uma série de etapas a cumprir antes de pensarem na afirmação plena. No conjunto de concertos por um Novo Abril, no dia 10 de Março, participaram também a banda lisboeta MulherHomem, e os cabeças de cartaz Punk Sinatra, banda do conhecido João Pedro Almendra, antigo vocalista dos Peste & Sida. Foi a banda de Almendra, formada em 2003, que fez maior sucesso em Santarém, mesmo estreando dois novos elementos.
Bandas rock de Santarém lutam para se afirmarem mas faltam oportunidades

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