Espero que as mudanças no Centro de Santarém sejam feitas sem prejudicar os proprietários pois estes estão na sua maioria falidos e com as casas em constante degradação. A degradação no centro histórico começou com as baixas rendas praticadas desde o “Salazar”. O congelamento dessas rendas fez com que os proprietários não tivessem rendimentos para fazerem obras de conservação, tendo os inquilinos beneficiados com os antigos contratos. Durante o período dourado de “Santarém” os comerciantes e inquilinos amealharam bom dinheiro seja no comércio e trespasses ou seja no subaluguer feito a estudantes ou visitantes da Feira do Ribatejo. Os únicos que não ganharam dinheiro foram os proprietários devido a protecção que as leis desactualizadas faziam aos inquilinos. Hoje muitos dos senhorios recuperaram (posse) os prédios mas em estados de degradação e com desactualização de obras das necessidades actuais que a sociedade exige para um bom viver.O senhorio durante muitos anos foi visto como um malandro e rico, este era acusado de não fazer obras, mas fazer obras com rendas tão baixas implicava abrir mão deste rendimento durante anos e muitos proprietários precisavam deste dinheiro para comerem. O senhorio é muito penalizado em impostos, esses impostos levam hoje mais de 50% dos seus rendimentos e as licenças para recuperação de um edifício são caríssimas, até para se por um pincel na parede é preciso um projecto que ascende muitas vezes mais de 1000 euros, o que na minha opinião é vergonhoso.Artur Gomes Saraiva