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Maria Helena dos Santos

Gerente de restauração, 29 anos, Tomar

“Vivo em Tomar há cinco anos e o que gosto menos é mesmo daquela entrada de São Lourenço, onde nos deparamos com barracas. Penso que não devo ser a única a pensar isto. Acho que é um péssimo cartão de visita para quem entra por ali”* * *“Todos gostamos de receber elogios. Gosto, especialmente, quando me dizem que sou uma pessoa sincera e frontal. Já para os piropos não tenho paciência nenhuma e não me sinto mesmo à vontade quando os ouço. Prefiro ignorar simplesmente e não alimentar a coisa”

Quais são as diferenças entre Abrantes, onde nasceu, e Tomar onde vive?Não há grandes diferenças. Acho que são duas cidades muito idênticas, em termos de população, embora ache que Tomar é mais rica em termos históricos, pela Ordem Templária. Em Abrantes temos, essencialmente, o castelo que está relacionado com D. Afonso Henriques. Conta a lenda que quando os mouros atacaram D. Afonso Henriques, este fugiu por um túnel, por debaixo de toda a cidade, para ir dar ao rio Tejo.Ainda vale a pena investir tempo e dinheiro numa licenciatura?Acho que não. Penso que vale mais ter uma boa ideia do que se pode fazer com o que aprendemos no dia-a-dia. Tirar uma licenciatura pode parecer uma mais-valia mas a avaliar pelo número de licenciados que estão no desemprego, ou os que trabalham fora da área de formação a ganhar o ordenado mínimo, depressa tiramos outra conclusão. Antigamente, ter uma licenciatura valia a pena mas hoje não.O que é que é mais gratificante para quem trabalha na restauração?Gosto muito do atendimento ao público. Interagir com os clientes. Não é fácil porque lidamos com muitas personalidades distintas e acaba por ser um desafio, mas acho que é o que gosto mais.O cliente tem sempre razão?Não. Mas quem está atrás de um balcão tem que ter simpatia e profissionalismo, porque tem que ouvir muita coisa. Tenho muitos anos na restauração, por motivos familiares, e penso que esta máxima está errada. Temos é que, educadamente, dar a volta à questão para que o mesmo perceba porque não tem razão.Vai assistir à Festa Templária e à Festa dos Tabuleiros?Vou mas apenas quero ir à parte que decorre no Jardim do Mouchão porque tenho fobia de cavalos (risos). Penso que tanto a Festa dos Tabuleiros como a Festa Templária são duas boas iniciativas, que reforçam a identidade de Tomar. Costuma comprar produtos de marca branca ou prefere os originais?De momento só compro marca branca. Não estamos a passar tempos fáceis e acabam por ficar mais em conta. Penso que, em termos de qualidade, não há grande diferença entre os produtos de linha branca e os originais.Já alguma vez fez uma compra dispendiosa por impulso e de que se tivesse arrependido?Não, porque sou muito contida. Não sou consumista. O tipo de educação que recebi leva-me a ter muita cautela com os gastos e a saber gerir bem o dinheiro. Sempre me ensinaram que se quisesse alguma coisa teria que trabalhar para a merecer. Recordo uma história, quando era mais nova: queria umas sapatilhas de marca, que custavam 12 contos naquela altura. Pedi os ténis ao meu pai que me disse que, se queria as sapatilhas, teria que passar o Verão a trabalhar no seu restaurante. Em Agosto, com o dinheiro das gorjetas, já tinha arrecadado o suficiente.É adepta de sopa?Gosto muito, mas mesmo muito da Sopa da Pedra de Almeirim. Das carnes, os enchidos.... gosto muito do sabor. Talvez por ter sido criada junto dos meus avós acabei por ficar habituada à nossa comida tradicional portuguesa.O que é que gosta mais e o que gosta menos em Tomar?Vivo em Tomar há cinco anos e o que gosto menos é mesmo daquela entrada de São Lourenço, onde nos deparamos com barracas. Penso que não devo ser a única a pensar isto. Acho que é um péssimo cartão de visita para quem entra por ali. É uma entrada que devia estar mais cuidada, ainda por cima para uma cidade com a história que Tomar tem. Do que gosto mais é da Mata dos Sete Montes, que é um sítio lindíssimo mas, por vezes, muito esquecido pelos próprios tomarenses. Penso que é necessário valorizar aquele espaço.Como é que reage a um elogio?Todos gostamos de receber elogios. Gosto, especialmente, quando me dizem que sou uma pessoa sincera e frontal. Já para os piropos não tenho paciência nenhuma e não me sinto mesmo à vontade quando os oiço (risos). Prefiro ignorar simplesmente e não alimentar a coisa.

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