uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Poizo do Bezouro na Chamusca até ceias serve durante a Ascensão

Poizo do Bezouro na Chamusca até ceias serve durante a Ascensão

Fernando Santos passou da farmácia para a restauração e avia “remédios” para tristezas

A Couve a Soco e a Carne à Pinéu são a marca da casa onde tudo remete para a festa brava. Bandarilhas de chocos ou de porco, Ferro da Casa, Chicuelina de Bacalhau, Bife à Campino... é só pedir.

Na fachada do restaurante, do lado direito, pintada de azul em azulejos brancos está uma quadra. “Poiso do besouro castiço/De paredes engalanadas/Onde tudo é alusivo/A dias de grandes touradas”. Do lado esquerdo a ementa numa caixa de madeira envidraçada anuncia os pratos mais famosos da casa, como a Couve a Soco com Bacalhau Assado e a Carne à Pinéu, a par de outros com nomes alusivos à festa brava. “Bandarilhas de chocos, Bandarilhas de Porco, Ferro da Casa, Chicuelina de Bacalhau e Bife à Campino”.Estamos no centro da Chamusca, na travessa Dr. Félix Pereira. Os actuais proprietários da Adega Típica, Fernando Santos e a sua esposa, Ana Maria, eram técnicos de farmácia. Agora servem outros remédios para reconfortar estômagos e almas e proporcionar bem estar geral aos clientes. É Fernando Santos que fala com o jornalista. Ana Maria assim que chegou foi para a cozinha. Para o seu território. Os anos passam mas a decoração da sala principal não muda. Tudo o que tenha a ver com toiros e touradas está lá. Objectos, cartazes, fotografias...Durante a festa da Ascensão a clientela é três ou quatro vezes mais do que no resto do ano. Tem que ser posta a funcionar em permanência uma segunda sala. Almoços, jantares e ceias. Não há mãos a medir. Fernando e a esposa não vão ter tempo de espreitar a festa. Nem entradas, nem largadas, nem touradas, nem espectáculos. O filho, Filipe Santos, Engenheiro Zootécnico numa empresa do concelho de Almeirim, tira férias nesta altura mas não é para ver a festa. Junta-se aos pais e é de manhã até de madrugada sempre a trabalhar. A filha, Sofia, Engenheira Agro-Alimentar, casada com o presidente da câmara, também era uma grande ajuda, mas agora tem o tempo todo ocupado com uma cliente muito especial, a Matilde, nascida a 12 de Março. Quando tinha a farmácia, Fernando Santos era frequentador habitual do Poizo do Bezouro. E nos jantares da União, colectividade da qual foi dirigente, era ele quem tratava habitualmente da cozinha. Não está arrependido por passar a reforma no restaurante. Sente-se que gosta do que faz e que o faz com gosto. Com tanto gosto que nem se importa de passar o dia do 64º aniversário, terça-feira, dia 11, a tratar dos clientes em vez de tirar tempo para si. “Se ninguém me dissesse nada se calhar nem me lembrava que fazia anos”, diz.Gosta de todos os pratos que estão na ementa mas confessa que o seu preferido não está lá. “Gosto muito de cozido à portuguesa. De vez em quando fazemos porque temos dois pratos diários fora da ementa fixa”, explica. A carta de vinhos está reduzida aos vinhos do Ribatejo, a dois do Alentejo e aos verdes. A decisão foi tomada por causa dos clientes que, na maior parte dos casos preferem o vinho da casa que é da zona de Alpiarça. O aumento do IVA da restauração para 23% não reduziu o número de clientes mas fez aumentar a quantidade de sopa que é feita. “Há casais que pedem duas sopas e uma dose para os dois”, conta Fernando Santos. Nascido e criado na Chamusca, Fernando Santos sempre gostou de frequentar a festa da Ascensão. Gosta de ver os toiros mas nunca se meteu em confusões taurinas. A esposa é de Santarém e também aprecia o ambiente taurino. O Poizo do Bezouro não tem dia de descanso. A solução alternativa encontrada foi a redução do serviço em alguns dias da semana. A Adega Típica não serve jantares aos domingos, segundas e terças. Uma vez de quinze em quinze dias ou de três em três semanas, principalmente nos meses de Inverno, são organizadas noites de fados no restaurante. “De início fazíamos mais vezes mas os custos com os artistas obrigavam-nos a subir os preços e perdíamos clientes. Não compensava”, explica.
Poizo do Bezouro na Chamusca até ceias serve durante a Ascensão

Mais Notícias

    A carregar...