Mais de trinta anos depois a tradição voltou a cumprir-se e o baile do Grémio Coruchense regressou à sede da colectividade na noite de 30 de Abril para 1 de Maio. Uma noite de festa e muita alegria que juntou cerca de três centenas de pessoas do concelho de Coruche num encontro intergeracional.O ex-presidente da Câmara Municipal de Coruche, Dionísio Mendes, foi quem mais valorizou a “Rosa do Baile” que seguiu de mão em mão pelas senhoras e meninas enquanto dançavam com os pares masculinos que escolheram previamente e que foram licitando a rosa. O actual presidente da câmara, Francisco Oliveira, e Maria de Lurdes Cesário, amiga da colectividade, abriram o certame que permitiu a muitos jovens tomar contacto com as realidades socio-culturais de antigamente pelo testemunho de quem as viveu directamente. No final da rosa da moda, foi sorteada uma viagem à Madeira ganha por José e Catarina Santos.Uma noite marcada pela grande adesão de mulheres e jovens que se divertiram de forma descontraída e sem a hierarquização de géneros que existia antigamente, já que era nesta noite que elas tinham oportunidade de sair e entrar no núcleo dos homens, na maioria comerciantes, contabilistas e empresários, que frequentavam o Grémio Coruchense. O dueto David e Diana animou a noite com modernos temas musicais que contrastaram com as melodias pouco atrevidas tocadas por outros duetos nos bailes de antigamente. A informalidade da roupa dos presentes distanciava-se dos pomposos vestidos compridos e fatos tradicionais utilizados há décadas atrás pelas mulheres e homens que frequentavam o baile. Ao longo de toda a noite houve chá e bolos para as senhoras, a quem foi oferecida uma rosa à entrada por circunstância do Dia da Mãe. A família, a juventude e a dedicação ao clube foram, na opinião dos elementos da direcção, as chaves do sucesso deste baile reinventado mais de trinta anos depois. Antigamente, o baile do Grémio Coruchense era um dos pontos altos do ano. Um momento de aproximação social em que os sócios apresentavam as suas filhas aos possíveis namorados. O circuito era fechado e participavam apenas sócios, familiares de sócios e amigos próximos, funcionando o baile por convites. Na tarde de sexta-feira, 1 de Maio, cerca de cem sócios voltaram a juntar-se na sede da colectividade para partir o bolo de aniversário. O sócio número um, Jorge Júlio, de 90 anos, teve a honra de apagar as velas do bolo.Fundado a 1 de Maio de 1906 o Clube Artístico Comercial Coruchense é um espaço direccionado para actividades intelectuais e culturais, nomeadamente pintura e literatura. A colectividade tem cerca de duas centenas de associados que se costumam juntar na sede, situada na Rua de Santarém, para conviver, ver televisão e fazer partidas de jogos tradicionais.