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Adélia Oliveira

Adélia Oliveira

Empresária, 57 anos, Alverca do Ribatejo

“A sinistralidade é muito maior nos homens que nas mulheres. Elas são mais cautelosas e prudentes, correm menos riscos. Às vezes fazem mais aselhices mas também deve haver homens assim”* * *“Eu e os meus colaboradores trabalhamos de mais, mas tem de ser, não há outra hipótese, quer para satisfazer o cliente quer pela nossa maneira de ser. Lá em casa não fazemos guerra para ocupar a televisão. Não há muito tempo para ver televisão”

Quem é que conduz melhor: as mulheres ou os homens?As mulheres, embora os homens digam o contrário (risos). Mas a sinistralidade é muito maior nos homens que nas mulheres. Elas são mais cautelosas e prudentes, correm menos riscos. Às vezes fazem mais aselhices mas também deve haver homens assim.Se o primeiro-ministro entrasse aqui para arranjar o carro recusava o serviço?Não, mas tratava-o como qualquer outro cliente. Pedia-lhe era para baixar o IVA para não haver tanta fuga ao fisco e todos lucrarmos com isso.Se ganhasse o Euromilhões onde gastava o dinheiro?Sinceramente não sei e nunca pensei nisso apesar de jogar. Não por mim, não sou muito de jogos, mas o meu marido gosta de jogar e sou eu a jogar por ele. Tentava melhorar a situação de vida de quem me está mais próximo e a minha também.É fácil ser uma senhora a gerir uma oficina?Felizmente não estou sozinha a gerir, tenho o meu marido comigo, ele gere a oficina e eu a parte dos papéis. Nesta idade o dia de amanhã passa por tentar estabilizar o mercado e a nossa vida. Gosto do que faço e o nosso objectivo é tentar manter o cliente, satisfazê-lo para quando ele necessitar voltar. Trabalhamos todos os dias para isso. Para visitar nesta altura o que é melhor: uma cidade europeia ou uma praia do outro lado do mundo?Sem dúvida uma praia para poder usufruir um bocadinho do descanso que faz muita falta. Depois as cidades europeias, há bonitas cidades que não conheço.Em Portugal trabalhamos demais?Eu e os meus colaboradores trabalhamos demais, mas tem de ser, não há outra hipótese, quer para satisfazer o cliente quer a nossa maneira de ser. O meu marido tem dias em que chega à oficina às 07h30 e sai pelas 21h00 ou 22h00. Vivemos para isto. Lá em casa não fazemos guerra para ocupar a televisão. Não há muito tempo para ver televisão. Mas tentamos resolver isso de mútuo acordo (risos).Quando os condutores apressados lhe buzinam o que faz?Deixo-os passar, não me preocupa nem faço guerra. Deixo-os ir na vida deles e eu na minha. Fecha os vidros do carro sempre que passa pela fábrica suspeita de ser a causadora do surto de legionella?Não, mas é importante ter essa preocupação. O surto de legionella foi uma nuvem negra que passou na zona e que afectou muita gente. Incluindo a perda de muitas pessoas, um deles meu amigo e cliente, o Fernando Azeitona, bombeiro de Vialonga, que foi a primeira pessoa a morrer vítima do surto. Tinha-se reformado ainda não há um mês para usufruir da reforma dele e foi nessa altura que aquilo aconteceu. Não se ver a justiça a andar é uma revolta, principalmente para as famílias e as pessoas afectadas. Vai ser muito mau se não der em nada. Se oferecessem flores ao seu marido ficava ciumenta?Não, já são muitos anos de casamento para nos preocuparmos com isso. Acho que ele também não ficaria se me oferecessem as flores a mim (risos).Se pudesse apanhar o comboio em Alverca, onde ia?Possivelmente à Régua, zona do Douro e linha do Tua.Caracóis ou bifanas?Decididamente caracóis. Mas não bebo álcool, iria optar por água ou refrigerante.A nova urbanização na zona ribeirinha da Póvoa foi boa ideia?É uma má aposta mas também acredito que não vai ser feita, pelo menos nesta altura de crise. Não acho que vá avançar. Com a crise estar a fazer mais prédios, não creio, só se for um condomínio de luxo, que é o que só se vende agora. Alverca também é uma cidade com muito betão, podia ser melhor e há sempre coisas a melhorar, mas apesar de tudo gosto de viver aqui.Justificou-se toda a polémica em torno da aplicação de herbicidas na cidade?Soube da aplicação mas não soube de animais que tenham ficado doentes. Muitas vezes também se fala sem razão, porque as coisas têm de ser feitas e neste caso as ervas têm de ser tratadas e arrancadas. Mas é preciso sinalizar as situações. O que ouvi dizer é que os herbicidas não eram prejudiciais para a saúde e resta-nos confiar que assim é.
Adélia Oliveira

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