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Ponte de Santa Justa continua a degradar-se à espera de dinheiro para obras

Ponte de Santa Justa continua a degradar-se à espera de dinheiro para obras

População está cada vez mais preocupada. Presidente da Junta de Freguesia do Couço sugere que a Câmara de Coruche avance já com o projecto sem aguardar financiamento comunitário.

“A ponte de Santa Justa está circulável e não oferece qualquer perigosidade para o trânsito ligeiro nem para as pessoas”. A garantia é dada pelo presidente da Câmara Municipal de Coruche, Francisco Oliveira. O assunto voltou à tona nos últimos dias quando o baixo caudal do rio Sorraia deixou visível o descalçamento das sapatas de dois dos pilares da ponte, o que gerou algum alarmismo entre a população, apesar de o presidente da câmara afirmar que “não são as sapatas que sustentam os pilares mas sim quatro estacas de betão”.As preocupações com a segurança da ponte Joaquim Casanova do Bêco, conhecida popularmente como ponte de Santa Justa, já são antigas. A estreiteza da travessia, que não permite o cruzamento de dois automóveis, e o estado de degradação do tabuleiro e dos pilares são problemas que impossibilitam desde Novembro de 2011 o trânsito a veículos pesados. Preocupações que têm motivado protestos ao longo dos últimos anos. A Câmara de Coruche tem já feito um projecto para a requalificação da ponte, mas aguarda financiamento comunitário. O projecto estimado em 1 milhão e 200 mil euros contempla a construção de um novo tabuleiro com 9,50 metros de largura, duas vias de tráfego, duas bermas e dois passadiços.A autarquia pretende participar activamente na resolução deste problema e já se disponibilizou para assumir a contrapartida nacional, apesar de considerar que não tem de assumir a responsabilidade por inteiro. “Não somos o pai da criança como se costuma dizer”, salienta Francisco Oliveira. A ponte foi construída há mais de cinco décadas pela Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Sorraia, originalmente com o objectivo de fazer o escoamento da produção agrícola local e ligar as povoações do Couço e Santa Justa, mas com o passar dos anos a ligação começou a ser utilizada sobretudo para a circulação rodoviária municipal e mesmo nacional, uma vez que permite encurtar a ligação a Montargil, Ponte de Sôr e Portalegre. A associação não dispõe de capital para requalificar a ponte e defende que neste momento a travessia serve mais o trânsito rodoviário do que propriamente o escoamento de produtos agrícolas.Ortelinda Graça, presidente da Junta de Freguesia do Couço, considera que a requalificação da ponte deve ser uma preocupação de todos. “O próprio Estado não se pode demitir de toda esta problemática porque não queremos aqui o que houve com a tragédia de Entre-os-Rios”, salienta. Na opinião da autarca, “a câmara tem de ser o motor de impulsionamento para a resolução deste problema” e deve avançar com o projecto, em último recurso, sem esperar por fundos comunitários.A degradação da ponte levou a Câmara de Coruche a solicitar uma vistoria à ponte em 2012. Na peritagem realizada pelos técnicos da Estradas de Portugal foi recomendada a realização de intervenções nas juntas de dilatação e nos pilares, que a autarquia executou e financiou, e a regular necessidade de acompanhamento e monitorização da ponte. A câmara vai agora solicitar uma nova vistoria técnica para perceber qual o agravamento da situação nestes três anos.
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