A Orquestra de Vialonga, que existe há dez anos, foi distinguida pela junta de freguesia local, nas comemorações do 30º aniversário da vila, tendo também dado um concerto no Parque Urbano da Flamenga. A homenagem encheu de orgulho responsáveis e músicos. Daniela Ferreira, que toca flauta, realçou o facto de a homenagem ser feita pelas pessoas da terra. “É um momento especial porque estamos a tocar na nossa terra, foi aqui que fomos criados e é importante esse reconhecimento”, afirmou a jovem de 13 anos.“Para a instituição representa o reconhecimento do trabalho, é o reconhecer da consolidação do projecto. É um grande orgulho para nós sermos reconhecidos na própria terra como tendo qualidade, sermos um elemento de excelência e a junta decidir homenagear-nos é muito significativo”, salientou Jónatas Ferreira, responsável pelo projecto há sete anos. A orquestra ensaia no Centro Cultural de Vialonga mas as dificuldades de espaço e condições são muitas, apesar de algumas melhorias relativamente aos tempos em que alguns alunos tinham de ensaiar em casas-de-banho por falta de espaço. “O Centro Comunitário é um edifício camarário que precisa de manutenção e, infelizmente, tem sido pouca. No Inverno chove no placo, em cima dos miúdos”, refere Jónatas Ferreira, responsável pelo projecto há sete anos. Ainda assim, este obstáculo não impede o brilhantismo dos mais de 200 alunos, das 4 orquestras: iniciação, pré-infantil, infantil e uma juvenil, com idades entre os oito e os 16 anos. Alguns já saltaram para a Orquestra Metropolitana de Lisboa ou o Conservatório. O projecto começou com 25 alunos de violino. Hoje, além de ter uma vertente essencial de inclusão social, constitui-se como ensino integrado de música em Vialonga, através do Agrupamento de Escolas. A Escola funciona como um Conservatório e os alunos, ao cumprirem o 9º ano, têm o 5º Grau de Conservatório. Um sentimento de famíliaAndré Casal é, aos 14 anos, um dos mais antigos no projecto, onde está há mais de seis anos. Sempre acompanhado do violoncelo, sente-se em casa. “Estou numa família, tenho aqui amigos de há muitos anos”. André quer seguir uma carreira na música, ser profissional e ir para a Orquestra Metropolitana. É um percurso difícil e complicado, poderei ter de ir para fora. Mas é um sonho a realizar”, adianta, ao mesmo tempo que lamenta a falta de condições para ensaiar. “Podermos ensaiar juntos, num local com condições de som, seria o ideal”.