O título é uma mera questão retórica, já que todos sabemos para onde não vão os impostos que pagamos todos os dias. Sou uma pessoa que anda muito por Santarém e que tem uma noção real do (mau) estado a que chegou o espaço público citadino, seja por desleixo e falta de civismo dos cidadãos seja por omissão, incúria e incapacidade das entidades que têm responsabilidade de zelar pelo espaço comum.Quando me deparo constantemente com calçadas esburacadas, passeios cheios de ervas, ruas imundas de dejectos de pombos e de cães e espaços ajardinados cobertos de mato questiono-me se é para isso que os escalabitanos pagam o IMI pela taxa máxima? É essa a resposta que os cidadãos merecem por viverem nesta cidade e neste concelho senhora dona câmara municipal?E se pagamos imposto de circulação automóvel não devíamos ter direito a circular em estradas com o mínimo de condições? Claro que devíamos! Mas, por exemplo, na Estrada Nacional 362, perto de Tremês foi preciso haver um acidente com alguma gravidade para arranjarem um abatimento no pavimento que fez com que a via estivesse estrangulada nesse ponto durante cerca de dois meses. Esta é a política do “casa roubada, trancas à porta” bem característica da política de navegação à vista, que privilegia a reacção aos acontecimentos e não a sua antecipação. Bem vistas as coisas, e por uma questão de justiça, era assim que se deveria também processar o pagamento dos nossos impostos: primeiro os poderes públicos faziam por os merecer, depois os cidadãos pagavam. Porque, como diz o povo, quem paga adiantado é mal servido. E nós temos sido muito mal servidos...José C. Reis - Santarém