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Ciclista que treina em Vila Franca de Xira obtém 14º lugar na Volta a Portugal

Frederico Figueiredo tem pena que não existam equipas profissionais na região
Frederico Figueiredo, 14º classificado da Volta a Portugal em bicicleta, é o único ciclista profissional que tem no Ribatejo os seus terrenos habituais de treino, algo que o desgosta pela falta de aposta em equipas que se vive na região. Apanhámos o jovem ciclista natural de Sacavém, da equipa Rádio Popular - Boavista, no arranque para a última etapa da prova, em Vila Franca de Xira, local onde habitualmente treina e prepara toda a sua época desportiva. “Nesta zona falta uma equipa com orçamento e poder como já houve noutros tempos. A boa notícia é que a equipa do Cartaxo, o Clube de Ciclismo José Maria Nicolau, vai ter um novo patrocinador que poderá impulsionar o ciclismo nesta zona, o que seria muito bom”, refere Frederico. Acrescenta que faltam mais ciclistas que se possam tornar grandes nomes e “isso é algo que se vem perdendo, fruto do fim de algumas equipas e da falta de aposta nas camadas jovens”, diz o ciclista de 24 anos.As razões encontradas para o decréscimo de profissionais nesta zona do país prendem-se com a falta de aposta por parte do poder económico local. “Há muito pouca ajuda e isso levou o ciclismo a decair nesta zona, estando mais focado a norte do país, tal como a Volta a Portugal. Fazem falta uma ou duas equipas de sub-23 e, pelo menos, uma profissional”. Para Frederico Figueiredo há muitas empresas grandes que podiam investir no ciclismo, admitindo que provavelmente não o fazem porque a modalidade esteve uns tempos mal vista por causa do doping. “Agora somos alvo de muitos controlos, temos passaportes biológicos. A mentalidade está muito mudada e há que realçar esse aspecto positivo”, frisa.Na etapa que finalizou a volta, com o triunfo de Gustavo Veloso, da W52 - Quinta da Lixa, Frederico Figueiredo consolidou o 14º posto, a 9,51m do vencedor, mas a maior alegria foi passar mesmo à porta de casa. “É sempre motivo de orgulho passar às portas de casa e ver a nossa gente e com quem costumamos treinar. Encontrar pessoas que treinam connosco é sempre importante, uma força maior, apesar de estarmos no final da volta e da temporada. É o finalizar de uma volta em casa”, salientou.O ciclista salienta a importância dos treinos na zona ribatejana na preparação da época. “Conheço muito bem estes terrenos, que são acidentados e que puxam. Passei anos, e ainda passo, a treinar muitas vezes por aqui. Até por isso esta zona tem condições para ter mais ciclismo. Fazia falta a Volta estar mais nesta zona, para cativar mais os patrocinadores. Estar aqui três anos já é muito bom, ter uma partida, um contra-relógio e depois uma chegada é muito bom, mas isto tem muito por onde melhorar”, salientou.Para o ano Frederico quer mais e melhor: “Este ano foi um ensinamento para o futuro. Temos de tirar ilações, aprender com tudo o que me aconteceu e para o ano, se tudo correr bem, estamos na luta por lugares mais cimeiros”, concluiu.

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