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Hélder Esménio admite não se ter dado bem a trabalhar com o seu vice-presidente

João Oliveira regressou à Câmara de Salvaterra de Magos, após suspensão do mandato, mas não recuperou os pelouros nem o estatuto de número dois na autarquia
O presidente da Câmara de Salvaterra de Magos, Hélder Esménio (PS), admitiu finalmente que “não se deu bem” a trabalhar com o seu vice-presidente, João Oliveira (PS), e que foi essa a razão pela qual não lhe atribuiu os pelouros quando este decidiu voltar atrás com a decisão de suspender o mandato, regressando quatro meses antes do previsto. “É público que não me dei bem a trabalhar com João Oliveira e por isso preferi não lhe entregar os pelouros quando ele regressou à câmara. Fui transparente, honesto e assumi publicamente essa posição em reunião de câmara. Não fiz de conta”, disse, respondendo às críticas da oposição.O MIRANTE sabe que Esménio e João Oliveira nunca falaram sobre as diferenças que levaram a esta distância que mantêm actualmente. No dia em que João Oliveira foi ao edifício dos paços do concelho entregar ao presidente a carta onde pedia para voltar à câmara este não o pôde atender uma vez que estava em reunião. E, pelo menos, até à última reunião de câmara, realizada a 19 de Agosto, nunca conversaram para tentar ultrapassar as divergências. Nessa mesma sessão camarária, onde João Oliveira apareceu pela primeira vez desde que suspendeu o mandato a 1 de Junho, o ex-vice-presidente mostrou estar disposto a ultrapassar qualquer divergência com o presidente e regressar a tempo inteiro ao executivo.“Tenho pena que a minha decisão de suspender o mandato tenha levantado tanta celeuma. Fi-lo por razões profissionais e, se for necessário, fá-lo-ei novamente. Nunca questionei o senhor presidente sobre nada e percebo a sua necessidade de reflexão sobre o meu regresso. Que fique claro que a minha disponibilidade para voltar é total, independentemente do nosso desentendimento. O tempo o dirá se conseguiremos chegar a um entendimento. Acredito que temos condições para isso, para dar continuidade ao trabalho a que nos propusemos na nossa candidatura em 2013”, disse João Oliveira.A decisão de não atribuição de pelouros e de não voltar a atribuir o cargo de vice-presidente a João Oliveira foi alvo de críticas duras por parte da oposição. João Caniço, vereador da CDU, considera que Esménio mostra uma “óbvia manifestação de poder, a roçar o absolutismo, revanchismo e radicalismo. Não é normal que o vereador do PSD tenha pelouros e João Oliveira não”, considerou.Já Luís Gomes (BE) preferiu deixar uma leitura política sobre o assunto para mais tarde mas não resistiu a acusar o presidente do município de ter “dificuldade em trabalhar com muita gente. Muitas vezes tratou a oposição abaixo de cão”, disse.Esménio rebateu sobretudo as críticas de João Caniço recordando que o vereador da CDU, e os camaradas do seu partido, em Setembro do ano passado, apresentaram queixa-crime no Ministério Público levantando suspeitas contra o vereador João Oliveira e a sua empresa e agora são os seus maiores defensores. “Agora estão a auxiliar um vereador que não lhes pediu ajuda e, com certeza, nem se deve sentir confortável com as vossas palavras, quando há um ano puseram em causa a sua lisura, honestidade e correcção. Existe uma grande falta de coerência na CDU de Salvaterra de Magos”, sublinhou, acrescentando estar cansado de quem faz política de forma “cretina”.

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