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Tratar de doentes muito idosos e sem mobilidade devia ter complemento salarial

A minha avó materna esteve internada no Hospital de Abrantes, no serviço de medicina. Fui visitá-la duas vezes e fiquei impressionado com o que vi. Já tinha lido sobre casos de pessoas muito idosas, sem qualquer autonomia, como o caso da minha avó que tem 96 anos mas quando a visitei descobri-me num lugar onde todos os que se interessam pelo Serviço Nacional de Saúde deviam ir. Percebi que quase todas as pessoas internadas não têm autonomia e muitas delas não se conseguem mexer nem sequer conseguem comunicar. Duvido que houvesse lá alguma pessoa com menos de oitenta anos, embora possa estar enganado porque a doença desfigura. O estado geral dos internados era quase vegetativo o que deve implicar um esforço redobrado do pessoal. Os doentes acamados têm que ser virados nas camas para não ganharem feridas e têm que ser lavados. Muitos deviam estar a usar fralda. Espero que um serviço daqueles tenha o dobro do pessoal de outros serviços embora pelo que observei não me parecesse haver muita gentes, nomeadamente enfermeiras e auxiliares. Trabalhar com doentes daqueles exige músculos de aço porque, se a minha avó pesa pouco, vi lá doentes que deviam ter mais de cem quilos. Não quero estar a exagerar e talvez tenha ido numa altura em que havia mais doentes problemáticos mas a certa altura passou-me pela cabeça que estava numa realidade paralela. Já tinha ido a hospitais mas nunca vi nada assim.  Pela minha parte acho que devia haver diferenciação salarial entre enfermeiras e auxiliares de centros de saúde ou de serviço mais leves e aquelas que trabalham num local daqueles. Infelizmente não é nem será assim. Basta olhar para as tabelas salariais...Pedro Mourato

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