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Jovem ribatejano dá cartas nas provas de motociclismo

Jovem ribatejano dá cartas nas provas de motociclismo

Pedro Nuno Barbosa tem 15 anos e divide a sua vida pelo Porto Alto e Vila Franca de Xira

Começou a gostar de motas depois de ver o irmão mais velho a competir nos campeonatos de motocross. Em 2008, no Autódromo Internacional do Algarve, um amigo comum notou que o jovem podia ter jeito para as duas rodas e desafiou-o a fazer umas curvas. Nunca mais parou e com muitas vitórias pelo meio.

É de Vila Franca de Xira a jovem promessa nacional que está a dar cartas no mundo do motociclismo. Há três anos que Pedro Barbosa eclipsa a concorrência no campeonato nacional - onde é tricampeão - e para o ano embarca rumo ao campeonato europeu de velocidade. Actualmente lidera o campeonato de Superstock 600, que só deverá acabar em Outubro. Tudo isto com apenas 15 anos. Tem muitos olhos em cima da sua carreira mas não se intimida. Pelo contrário, diz que é a pressão que lhe serve de combustível para ir mais longe, mais rápido, além dos seus limites. A sua velocidade de ponta? Já deu 280 km/hora em cima de uma moto, enquanto a maioria dos rapazes da sua idade jogam futebol na Playstation. “Com pressão funciono melhor, gosto da pressão, é ela que me faz querer mais. Há pilotos que com a pressão cometem muitos erros mas eu sou ao contrário. Sou forte psicologicamente e um optimista”, conta a O MIRANTE. Pedro Nuno Barbosa fez 15 anos a 12 de Agosto e por isso só agora tem a idade mínima para poder avançar para os europeus de velocidade, onde já vai comandar motas de 600 centímetros cúbicos (CC) por várias pistas europeias. Nasceu em Vila Franca de Xira, cidade onde os pais trabalham e onde estuda, na Secundária Alves Redol. Vive no Porto Alto, Samora Correia, no vizinho concelho de Benavente. Começou a gostar de motas depois de ver o irmão mais velho a competir nos campeonatos de motocross. Em 2008, no Autódromo Internacional do Algarve (AIA) um amigo em comum, Miguel Praia, notou que o jovem podia ter jeito para as duas rodas e desafiou-o a fazer umas curvas. Foi o arranque para a modalidade. É o pai e alguns patrocinadores que vão suportando a perseguição que Pedro faz do seu sonho. Quer viver profissionalmente do motociclismo, alcançar o campeonato Superbikes e, quem sabe, o Moto GP.Ainda assim não descarta outro sonho que alimenta, o de ser fisioterapeuta. É um aluno mediano, com amigos que acreditam no seu talento e o apoiam. Para poder estar ao mais alto nível, Pedro tem de fazer alguns sacrifícios: acabaram-se as saídas à noite com os amigos e há muito treino físico às mãos do técnico Bruno Jorge, do Centro de Alto Rendimento do Jamor. Sobra-lhe o domingo para retemperar as forças. “O que me cativa nesta modalidade é a adrenalina e a liberdade. Quando estamos em cima da mota só sentimos essa liberdade. É um sentimento inexplicável e só quem se entrega a cem por cento consegue alcançar resultados”, garante.“Andar de mota na rua é mais perigoso”Pedro conhece os riscos da modalidade, mas enfrenta-os de frente, como os toiros que gosta de ver nas esperas de Vila Franca de Xira. “Temos riscos calculados, que não são maiores do que andar na rua e cair num passeio. Todos nós, quando subimos para a mota, temos um momento de medo. Mas logo ele passa e a adrenalina toma conta de nós”, explica. O jovem piloto foi campeão nacional por duas vezes em 80cc e uma terceira vez em Moto 3 (250cc). Há boas esperanças de vir a vencer o Superstock, onde corre com uma Yamaha Yz-FR6. Lamenta que só existam actualmente três bons autódromos em Portugal (Estoril, AIA e Braga) para competir e confessa que não tem carta para andar de mota na rua.“As motas menos potentes não são respeitadas na estrada, é perigoso e as mais potentes também são perigosas. Andar na pista tudo bem, na estrada é outra coisa. Dentro da pista temos fato com protecções excelentes, capacetes bastante bons, botas e luvas. O risco é mais pequeno. Andar de mota na rua sem uma parte deste equipamento, só com um capacete, é mais perigoso. Só com o capacete na estrada sinto-me despido, não me sinto com a segurança total e por isso prefiro não andar de mota”, confessa.Já caiu várias vezes mas sem gravidade. “Isso acontece quando testamos os nossos limites e ambicionamos mais. É aí que se aprende”, nota. É supersticioso, reza antes das corridas e só sobe para a mota pelo lado direito. O jovem piloto sabe que à medida que vai subindo na carreira tudo se torna mais difícil. Mas não desiste de perseguir o sonho. “Tenho um pensamento forte, trabalho bastante para conseguir alcançar este sonho e vir a ser um dos melhores no que faço, trabalho imenso, e essa é a melhor forma de vencer”, conclui.
Jovem ribatejano dá cartas nas provas de motociclismo

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